As imagens de euforia correram as redes sociais. A pequena Geórgia, com pouco mais de 3,6 milhões de habitantes, vai estar pela primeira vez no grande convívio de seleções da UEFA. A vitória nas grandes penalidades contra a Grécia garantiu o histórico apuramento, celebrado de forma impressionante e com direito a invasão de campo em Tbilisi . A seleção do Cáucaso vai ser mesmo a única estreante no Euro 2024 e completa o grupo de Portugal na prova. Atualmente ao serviço do SC Covilhã, Giorgi Makaridze é o georgiano com mais jogos na I Liga portuguesa. Ao zerozero, retratou o sentimento de festa vivido no país e a importância do feito conseguido. Com nervos à flor da pele, o guarda-redes não perdeu as emoções da decisiva partida contra a Grécia. Revela-nos, até, maior agitação que nas partidas em que ocupa um lugar na baliza. «Vi o jogo com alguns companheiros. Fiquei muito contente com este feito histórico. Esperávamos por isto há 30 anos, a festa foi enorme no final como viu-se nas imagens. Fiquei muito mais nervoso do que quando jogo, acho que nunca tinha estado como a ver aqueles penáltis (risos). Graças a deus tudo terminou bem», admitiu em bom humor. Independente desde 1991, a presença no torneio é mais um ponto de afirmação para o país. De forma natural, a noite foi de muita alegria com o objetivo tão ambicionado a ser conseguido. «Significa muito, muito. A Geórgia é um país de futebol. Já tivemos algum sucesso a nível de clubes, o Dinamo Tbilisi conseguiu vencer uma Taça das Taças (1981). Estar numa grande competição de seleções era um desejo antigo, mas para países mais pequenos é uma missão complicada.» «A criação da Liga das Nações acabou por abrir mais as possibilidades e nós aproveitámos o play-off. O país saiu às ruas, gritámos, bebemos... não tinha visto uma festa assim no país nos últimos anos», afirmou Makaridze Apesar de um grande espírito coletivo, duas figuras individuais destacam-se na seleção da Geórgia: Giorgi Mamardashvili e Khvicha Kvaratskhelia. Na opinião de Makardidze, ambos ainda com muito espaço de evolução. «Arrisco a dizer que o Kvaratskhelia significa mais para os georgianos que o Cristiano Ronaldo para os portugueses. Para o nosso país ter um jogador no top-10 do último The Best é fabuloso. A esperança é um dia conseguir ganhar um prémio assim.» «[Mamardashvili) É muito bom. Não vai demorar muito a chegar a um clube maior, acredito», apontou sobre o guardião do Valencia. Apesar de não representar o seu país desde 2020 e o nível competitivo mais baixo na Liga 3, Makaridze acalenta a esperança de ainda estar na grande competição. Caso não entre na lista de Willy Sagnol, fica a promessa de presença em Gelsenkirchen para assistir ao duelo frente a Portugal. «Ainda fiquei mais contente com isso. Confesso que o sonho de ser convocado ainda está aqui dentro, mas, se não conseguir, vou na mesma à Alemanha ver o jogo», confessou. Making the Euros for the first time calls for a party in Georgia 🍾 pic.twitter.com/0Byqm606Ih«Esperávamos por isto há 30 anos»