PONTO DE VISTA | «Vejo Fábio Vieira a competir com Havertz e Odegaard na próxima época»

6 meses atrás 68

O duelo entre Arsenal e FC Porto marcou também o reencontro dos dragões com uma das suas melhores coqueluches dos últimos anos, o médio ofensivo Fábio Vieira, que está já a cumprir a sua segunda temporada ao serviço dos gunners e tem colecionado elogios do treinador Mikel Arteta, mas também tem visto o seu número de minutos reduzir de uma temporada para a outra.

Perante isto, o zerozero esteve à conversa com Art de Roché, jornalista do The Athletic, que segue de perto o clube inglês diariamente, para entender melhor a situação interna do internacional português Sub-21 no clube londrino e como é visto o seu futuro próximo no Arsenal.

«Arteta não tem sido tímido quanto à sua admiração por Vieira. Parecia confiante no início da época, o que fez com que fosse titular contra o Everton e o Tottenham Hotspur, à frente de Havertz. Arteta sempre falou das relações entre os seus jogadores dentro de campo. Em relação ao Fábio Vieira, desde a primavera passada que Arteta mencionou a ligação que o médio português tem com Gabriel Martinelli como algo que quer explorar. É algo que tem sido visto de relance, mas que não teve oportunidade de florescer ao longo de vários jogos», começa por dizer-nos o jornalista britânico.

Esta época, Fábio Vieira teve uma lesão que o afastou dos relvados por algum tempo, mas isso não foi o único fator para a sua diminuição de minutos, visto que passou de 33 jogos na época passada (com uma média de 43 minutos por jogo), para apenas 14 até ao momento em 23/24 (média de 33 minutos por partida). Mas porquê?

«O facto de o jogador de 23 anos ter sido operado à virilha no inverno é o principal motivo. Antes disso, foi utilizado maioritariamente a partir do banco, porque Kai Havertz foi o titular, ao lado do capitão Martin Odegaard, no meio-campo, como grande contratação do clube no verão. Mesmo assim, o Fábio Vieira teve tendência para causar impacto nos poucos minutos de que dispôs no início da época, fazendo assistência para os dois golos no empate 2-2 com o Fulham, em agosto, e para o terceiro golo na vitória por 3-1 sobre o Manchester United, uma semana depois. A participação no jogo contra o Sheffield United (0-6), no início de março, foi o seu primeiro minuto desde novembro e deverá ser encorajador para o resto da época», aponta Art.

Fábio Vieira perdeu espaço em Londres @Kapta+

Dado essa concorrência com Odegaard e Havertz e a menor utilização, falou-se em janeiro de um possível empréstimo, mas Art considera que essa não é a melhor opção e olha para esta fase final da época como importante para ter alguém como Fábio: «Não sei se um empréstimo faria muito sentido. O físico de Vieira, ou a falta dele, tem sido muitas vezes a maior crítica que lhe é feita. Não é algo que vá aparecer magicamente no seu jogo aos vinte e poucos anos, mas ele mostrou no início desta época que pode ser mais imponente no seu jogo. Vejo-o a competir com Havertz e Odegaard na próxima época, o que não é necessariamente mau. O Arsenal tem beneficiado da concorrência na frente desde o Ano Novo, com Havertz, Gabriel Jesus e Leandro Trossard a jogarem bem na posição. Não seria uma surpresa se Arteta quisesse replicar isso noutras áreas do campo.»

«Penso que vai ser importante nesta fase final, sobretudo depois de ter entrado ao intervalo contra o Sheffield United. Entrou para o lugar de Saka na ala direita, mas espero que a sua competição seja com médios centrais como Odegaard, Havertz e Emile Smith Rowe. O Arsenal só tem três jogos em março, pelo que o mais provável é que estes sejam a sair do banco. O primeiro jogo de abril, contra o Luton Town, pode ser uma oportunidade para Arteta fazer uma rotação a meio da semana. As oportunidades de ser titular podem não aparecer, mas isso pode mudar dependendo do progresso do Arsenal na Liga dos Campeões», conclui.

Então e Cédric?

Fábio Vieira não é o único português do plantel do Arsenal e tem a companhia o campeão europeu em 2016 Cédric Soares (além do jovem Mauro Bandeira, cuja história já demos a conhecer). Contudo, o caso do experiente lateral direito é bem distinto, estando em final de contrato com os gunners e tendo-se falado muito da sua saída em janeiro, como documentado pelo nosso portal.

«O principal fator para Cedric não se mudar para a Turquia parece ter sido o facto de o Galatasaray ter contratado Serge Aurier ao Nottingham Forest. Não é um jogador que vá ficar além do verão, pelo que o Arsenal estaria aberto a um acordo em janeiro. O facto de o seu contrato estar nos últimos seis meses teria, no entanto, colocado menos pressão sobre os clubes interessados em comprá-lo, uma vez que poderiam esperar até ao verão para o contratar gratuitamente», explica o nosso colega britânico.

«A saída de Cedric é a opção mais realista este verão e, provavelmente, a melhor opção para todas as partes. O lateral-direito não tem sido um jogador importante para o Arsenal nas últimas três épocas e o fim do seu contrato representaria uma separação natural. Aos 32 anos, o futuro próximo consistirá sobretudo em apoiar a equipa principal até ao final da época. O seu papel será mais fora do campo do que dentro dele, apesar de ter feito algumas aparições no banco de suplentes nas últimas semanas. Depois do verão, será interessante ver em que nível de futebol se encontra», conclui.

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