Há partidas que começam a ser jogadas muito antes de a bola começar a rolar. Não é que, no relvado, se fossem enfrentar duas equipas que lutem por objetivos comuns. Não é desse tipo que jogos que falo.
Portimonense e Braga são de campeonatos diferentes: os algarvios lutam para se manter na I Liga; os bracarenses querem chegar o mais acima possível na tabela classificativa, espreitando o pódio.
Mas o jogo de hoje, que terminou com uma vitória do Braga por 5-3, começou antes de Cláudio Pereira apitar para o seu início por uma razão. Ou melhor, por um nome: Artur Jorge.
Muito se falou, nos últimos dias, do futuro do treinador do Braga. A sua saída para o Botafogo pareceu certa, mas, horas antes do jogo em Portimão, as notícias já davam conta da sua continuidade.
Mais: a poucos minutos de a bola começar a rolar, era o próprio John Textor, dono do Botafogo, a garantir que o treinador ia mesmo orientar a equipa brasileira.
Pairava a incerteza em Portimão: e assim começou um jogo que até se adivinha fácil para o Braga.
Os primeiros minutos deram razão às perspetivas: os comandados de Artur Jorge entraram bem e logo ao minuto 2 adiantaram-se no marcador.
Roger Fernandes fez um grande cruzamento a descobrir Bruma ao segundo poste. O internacional português rematou de primeiro para o fundo das redes.
Afundado numa crise de resultados, o Portimonense parecia presa fácil… mas a verdade é que soube reagir.
Aos 18 minutos, Hélio Varela conquistou um penálti: Serdar foi imprudente, pisou o avançado do Portimonense e, chamado a bater, Pedrão bateu Matheus.
O golo galvanizou os algarvios: os minutos seguintes, foram de sufoco junto à baliza do Braga.
O Portimonense fez por merecer a reviravolta, mas haveria de ser a equipa visitante a voltar a marcar.
Tal como no primeiro golo, a defesa dos algarvios ficou mal na fotografia, deixando um jogador adversário aparecer nas costas, sem marcação. Desta vez, foi Roger que dominou de peito e rematou para o 1-2, após um grande passe de Zalazar.
De novo em vantagem, o Braga nunca mais perdeu o controlo da partida.
Até meio da segunda parte, passeou em Portimão, à boleia de Banza que finalmente apareceu no jogo… e com impacto!
Na perseguição a Viktor Gyokeres na luta pelo melhor marcador do campeonato, o ponta de lança apontou dois golos.
O primeiro, ao minuto 50, foi marcado de cabeça, após um bom cruzamento de Abel Ruiz; o segundo foi de penálti, a castigar uma mão na bola de Filipe Relvas.
Ao Portimonense, ia faltando a força da reação ao primeiro golo, no já longínquo minuto 2. O Braga aproveitou as debilidades e foi marcando: Bruma bisou, em mais uma assistência de Roger (70m).
As alterações ainda eram algum alento aos algarvios que reduziram, logo após o quinto golo do Braga, num grande golo de Berto que fez um chapéu a Matheus.
Fukui, que também tinha entrado há minutos, marcou o terceiro golo dos algarvios, num grande remate de fora da área, mas, apesar da reação nos instantes finais (86m), já era demasiado tarde.
O Braga ganhou, está a apenas dois pontos do terceiro lugar, que pertence ao FC Porto, mas no ar mantém-se a incerteza.
E agora, Artur Jorge?