Portugal é já “uma opção para os investidores internacionais” apesar das dificuldades

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As vantagens competitivas do país significam que, mesmo com os entraves existentes, os investidores internacionais olham já para Portugal com bastante apetite, garante o CEO do Bison Bank.

Portugal tem ainda um longo caminho a fazer para melhorar a atratividade para investidores estrangeiros, mas a força da marca nacional é já uma realidade evidente e que, por si só, capta bastante investimento. Só pelo Bison Bank, são 800 clientes por ano, em média, com meio milhão de euros, o que representa 400 milhões a chegar à economia nacional todos os anos, isto apesar de o país precisar ainda de encontrar uma estratégia concertada e comunicada à população para reforçar esta dinâmica.

“Continuam a chegar investidores independente do framework. […] Isto quer dizer que, na verdade, não preciso de fazer muito para que Portugal seja uma opção para os investidores internacionais”, começou por afirmar António Henriques, CEO do Bison Bank, na Advisory Summit promovida pelo JE esta terça-feira, em Lisboa. No caso do banco, são 800 clientes novos por ano, sendo que cada um traz, em média, meio milhão de euros para investir no país.

Tal é explicado pelas vantagens comparativas inerentes a Portugal, como a estabilidade governativa, a localização privilegiada que permite um clima ameno e a presença na UE e na zona euro, o baixo custo aliado a uma elevada qualidade de vida, as infraestruturas e conetividade e um regime fiscal atrativo, argumentou o líder do Bison Bank. No entanto, os desafios são ainda abundantes e transversais.

“Não há falta de capital, há muito dinheiro – há todo o dinheiro do mundo que se pode trazer para Portugal”, apontou, lembrando o aspeto global dos mercados financeiros atuais.

Por um lado, “o cidadão comum não entende a importância do investimento estrangeiro”, o que mina a perceção da população em geral relativamente a estes cidadãos estrangeiros. Isto é ainda mais visível levando em conta as diferenças entre as várias realidades do país, nomeadamente entre os grandes centros urbanos e o litoral com o mundo rural interior, sendo que o benefício para estas sociedades paralelas portuguesas também é assimétrico, reconheceu António Henriques.

Por outro, falta um sentido de estratégia e definição de rumo para a economia nacional, um plano que seja também devidamente comunicado aos portugueses e que permita, tal como sucedeu em Singapura (a comparação usada pelo CEO do Bison Bank, dado que economia desta pequena nação-arquipélago explodiu a partir dos anos 70, ultrapassando Portugal em quase todos os aspetos), deixar de “colocar em causa a utilidade de receber capital estrangeiro”.

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