Português acusa Governo de "branquear" e "ignorar" pedidos de ajuda para salvar familiares retidos em Gaza

2 meses atrás 79

Foto: REUTERS/Amir Cohen

João Bossa, português de 40 anos, a viver atualmente no Luxemburgo, acusa o Governo de Luís Montenegro de ignorar os pedidos de ajuda para que o Estado português possa salvar os 20 familiares que tem retidos na Faixa de Gaza.

Este cidadão, casado com uma mulher de nacionalidade luxemburguesa e palestiniana, diz já ter feito "milhares de contactos" nos últimos meses, entre telefonemas e e-mailspara o Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas sem obter qualquer resposta concreta.

Em declarações à Antena 1, João Bossa admite que "o Governo se recusa a obter qualquer tipo de diálogo" com este português. "Há efetivamente uma vontade de silenciar e branquear aquilo que deve ser feito por Portugal", acusa João Bossa, que, em dezembro de 2023, viu a sogra ser retirada da Faixa de Gaza, com a ajuda do Governo português, então socialista, de António Costa.

João Bossa não perde a esperança de conseguir que o mesmo aconteça com os 20 familiares que tem atualmente retidos na Faixa de Gaza, num contexto de "medo, fome e de horror absoluto". Conta que tem feito o mesmo esforço junto do governo do Luxemburgo, onde vive, mas que o foco das atenções está no Estado português, a quem acusa de "ignorar a componente humana", até porque, diz, não abdica dos seus direitos "como cidadão português".

João Bossa, de 40 anos, já chegou a ser recebido pela Presidência da República, mas também pelos partidos da Esquerda com assento parlamentar. O PAN é o mais recente partido a avançar com uma iniciativa sobre o tema, depois de esta quarta-feira ter dado entrada de um requerimento na Assembleia da República para ouvir o ministro dos Negócios Estrangeiros no Parlamento, a propósito da situação de familiares de portugueses retidos na Faixa de Gaza.

Mas o principal apelo de João Bossa vai para o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel: "Muita gente fala em solidariedade, em direitos humanos, mas não os aplica. Agora é o tempo para os aplicar. Neste momento, há pessoas a passar fome, a morrer em Gaza", sublinha, admitindo que será sempre "o último a perder a esperança", para salvar os 20 familiares que tem naquele território "numa situação horrível todos os dias".

Inês Ameixa

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