04 ago, 2024 - 09:33 • Fábio Monteiro , André Rodrigues
Rita Dieb, luso-libanesa que mora em Beirute, no Líbano, há mais de 20 anos, dá conta do sobressalto e reconhece que a situação é cada vez mais preocupante.Para já, não pondera sair do país. Espera que os esforços diplomáticos permitam travar a guerra total na região.
O Hezbollah voltou no sábado a lançar dezenas de rockets contra território de Israel a partir do sul do Líbano. E Israel ripostou.
À Renascença, Rita Dieb, luso-libanesa que mora em Beirute, no Líbano, há mais de 20 anos, dá conta do sobressalto e reconhece que a situação é cada vez mais preocupante.
"Houve uma intensa atividade aérea de Israel sobre Beirute. Alguns estrondos assustaram-nos, mas que não passaram da barreira do som produzida pelos aviões israelitas. A situação é cada vez mais preocupante. Estamos todos em estado de alerta”, conta.Questionada sobre os apelos de vários países para que os seus cidadãos saiam do Líbano, Rita lembra que isso não é assim tão fácil.
“Estamos com algum condicionamento de voos para fora do país e para dentro. Várias companhias aéreas cancelaram voos para a região. Isto também torna a situação mais complicada para quem queira sair do país”, explica.
O pânico, contudo, não resolve nada, faz questão de sublinhar a portuguesa.
"Vivemos uma hora de cada vez. Vamos aguardar e esperar que também que os esforços [diplomáticos] que são feitos no sentido para que não haja uma escalada para uma guerra total.”
Para já, Rita não pondera sair do país. Espera que os esforços diplomáticos permitam travar a guerra total na região.
"Há que manter um pouco o bom senso e o sangue-frio tanto quanto possível. O entendimento que vamos tendo por cá, até por experiências anteriores, é que entrar em pânico em nada ajuda.”Nas últimas duas décadas, Rita Dieb viveu de perto a guerra Israel-Líbano de 2006. E a crise das explosões no porto de Beirute em 2020.
Este domingo passam precisamente quatro anos desde o incidente em que morreram 218 pessoas.
Rita Dieb lamenta que ainda não haja uma explicação oficial para o sucedido.
"Ainda não temos qualquer informação oficial acerca do que se passou nessa data. Hoje é um dia em que os libaneses vivem como que um luto. Mas isto também só demonstra a capacidade de resistência e luta e de sobrevivência que o povo libanês tem. Mas já chega.”