Portugueses desconfiam da sustentabilidade das marcas. Acham que é só marketing

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Na semana em que se celebra o Dia Nacional da Sustentabilidade, a 25 de Setembro, o 3º Relatório Global de Consumo Marco 2024, promovido pela Marco em parceria com a Cint, empresa pioneira de pesquisa tecnológica, revela que 90% dos consumidores portugueses acreditam que muitas empresas afirmam ser sustentáveis apenas para fins promocionais.

Este sentimento é particularmente relevante nos países ocidentais, onde existe uma tendência para exigir maior transparência e responsabilidade por parte das marcas.

Este estudo é baseado num inquérito efectuado a uma amostra total de 7.300 pessoas, de 11 países (Brasil, França, Alemanha, Itália, México, Marrocos, Portugal, África do Sul, Espanha, Reino Unido e EUA), entre Dezembro de 2023 e Janeiro de 2024. Esta nova vaga do relatório aborda a sustentabilidade, que se tornou num factor decisivo do comportamento dos consumidores e lealdade às marcas nos últimos anos.

O relatório revela que uma grande maioria dos consumidores a nível global (81%) suspeita que as empresas estão a utilizar as suas credenciais de sustentabilidade como instrumentos de marketing, em vez de demonstrarem um compromisso genuíno com a responsabilidade ambiental e social. Portugal é o país onde este valor é o mais elevado, representando 90% dos inquiridos, seguido pela África do Sul com 86% e o México com 85%, o que evidencia uma forte preocupação com o “branqueamento ecológico”.

Apesar do aumento do cepticismo, o relatório revela também que os consumidores estão cada vez mais motivados a fazer escolhas sustentáveis no dia a dia.

Por exemplo, mais de metade dos inquiridos portugueses (58%, valor semelhante à média global) revelam comprar produtos em segunda mão para promover práticas de consumo mais sustentáveis; 95% assume a importância da reciclagem para poupar recursos naturais, contra 90% a nível global; e 66% consideram positiva a utilização de automóveis eléctricos para proteger o ambiente, em linha com a média global de 67%.

Além disso, 44% dos portugueses assume que consideraria deixar de andar de avião por questões de consciência ambiental, um valor que contrasta com a média global de 53%.

«Estas conclusões sublinham a importância da transparência e da responsabilidade nas iniciativas de sustentabilidade das empresas. À medida que os consumidores se tornam mais exigentes e esperam provas de um compromisso genuíno, as empresas devem navegar cuidadosamente neste novo cenário. Uma comunicação eficaz e acções tangíveis são mais cruciais do que nunca para criar e manter a confiança dos consumidores”» refere Diana Castilho, Head of Portugal da MARCO.

«O crescente cepticismo dos consumidores em relação às credenciais de sustentabilidade das empresas é um sinal de alerta para as empresas de todo o mundo. Já não é suficiente promover simplesmente a sustentabilidade. As empresas devem demonstrar um impacto real e mensurável. A transparência, a responsabilidade e um compromisso real com a sustentabilidade são fundamentais para recuperar a confiança dos consumidores. As empresas que não satisfaçam estas expectativas arriscam-se não só a perder a credibilidade e a lealdade dos clientes, mas também a incorrer em sanções devido à futura regulamentação da EU», afirma a Head of Sustainability Communications da Marco, Emmanuelle Jacquety.



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