Powell alerta para riscos do lado da inflação e admite abrandamento no quarto trimestre

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O presidente da Fed reconheceu que possíveis cortes de juros passarão a fazer parte das reuniões do comité de política monetária, embora reforçando que o banco central continua vigilante na luta contra a inflação e pronto para agir no caso de surpresas menos positivas.

Jerome Powell alertou para um relaxamento precoce na luta contra a inflação, identificando riscos que permanecem e reforçando que a Reserva Federal norte-americana se mantém preparada para atuar caso os preços voltem a pressionar, embora ressalvando que esse não é o cenário base. Na conferência após o anúncio de política monetária, o presidente da Fed também admitiu que a economia abrandou substancialmente no último trimestre, mas sem se mostrar demasiado preocupado.

As atenções do mercado estavam colocadas no discurso do presidente Powell, dada a quase certeza de que os juros iriam ficar na mesma e as expectativas cada vez mais fortes do mercado de cortes já no próximo ano. Sem se comprometer com nenhum cenário em concreto, o líder da Fed reconheceu que essa será uma discussão a ter daqui para a frente.

“Diria que a expectativa geral é que esse passe a ser um tópico para discutirmos daqui para a frente”, afirmou, apesar de reconhecer que a inflação permanece demasiado elevada. Como tal, a Fed mantém-se pronta para agir, embora “os responsáveis de política monetária não vejam com grande probabilidade a necessidade para novas subidas”.

Quanto ao crescimento, Powell abordou o enfraquecimento da economia no último trimestre do ano, falando num “abrandamento substancial depois do ritmo exagerado do terceiro trimestre”.

“Ainda assim, o PIB está em linha para expandir 2,5% no total deste ano”, completou. A ‘aterragem suave’ de que o presidente tem vindo a falar desde o início do ciclo mais agressivo de subidas dos juros nos últimos anos é, portanto, uma hipótese real, mas o presidente da Fed não quer declarar já vitória, lembrando que este cenário “não está garantido”.

A Fed não mexeu nos juros diretores, que se mantêm assim entre 5,25% e 5,5%, embora tenha atualizado as projeções macro para os próximos três anos. A revisão mais notória foi às taxas diretoras no final do próximo ano, com 2024 a fechar com juros de 4,6%, o que implicaria cortes cumulativos de 90 pontos base (p.b.) em relação ao atual nível.

Também o crescimento foi revisto em ligeira alta para 1,6%, uma subida de 0,1 pontos percentuais (p.p.) em relação à previsão feita em setembro, enquanto a inflação foi revista em baixa na mesma magnitude para 2,4% em 2024 e 2,1% em 2025.

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