PR da Guiné-Bissau diz que agência anti-droga dos EUA o felicitou pela recente apreensão

2 horas atrás 17

Em declarações aos jornalistas, à chegada ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, Umaro Sissoco Embaló fez um breve balanço da participação na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma visita de trabalho ao Paraguai e dos encontros que manteve com autoridades de vários países.

Embaló disse ter recebido uma delegação da Drug Enforcement Administration (DEA), agência federal norte-americana de combate à droga, no hotel onde se encontrava hospedado, a pedido daquela entidade, observou.

"Recebi no hotel uma delegação da DEA, para me felicitar, em nome do governo dos Estados Unidos de América, sobre a apreensão da droga na Guiné-Bissau", afirmou Sissoco Embalo.

O Presidente guineense adiantou ainda ter recebido, num jantar oferecido pelo líder norte-americano, Joe Biden, a alguns chefes de Estado presentes na Assembleia Geral da ONU, uma solicitação "dos americanos" para que os ajude na estabilização da costa ocidental da África.

Embaló sublinhou que recebeu o pedido devido ao reconhecimento da sua "liderança".

"Infelizmente estamos num país onde as pessoas ainda estão no envelope", defendeu, no que é uma metáfora do crioulo guineense para dizer que as pessoas "são facilmente enganadas", ou seja, não compreendem o seu papel no mundo.

Ainda sobre a apreensão da droga no aeroporto de Bissau, o chefe de Estado disse ter abordado o assunto com o homólogo do Paraguai, Santiago Pena Palácios, durante a sua visita àquele país.

Sissoco Embaló afirmou ter ficado surpreso quando o Presidente paraguaio lhe explicou o que se passava no seu próprio país e noutros da sub-região em relação à apreensão da droga.

"O Presidente do Paraguai disse-me que nem imagino o que se passa no seu país, na Colômbia, Bolívia, sobre a apreensão de drogas, quando lhe disse que tinha apanhado um avião com a droga", afirmou.

"Pensava que era um grande feito nosso", acrescentou o Presidente guineense.

Vários partidos da oposição da Guiné-Bissau responsabilizaram o regime pelo alegado encobrimento de tráfico de droga na Guiné-Bissau, com Embaló a negar qualquer envolvimento e a afirmar que ninguém pode dizer que é um traficante de drogas. E salientou que na Guiné-Bissau "todos se conhecem", que nunca ninguém o viu a andar com traficantes de droga e que jamais esteve preso, a não ser quando foi militar, por incumprimento de normas do exército.

No balanço das viagens, Umaro Sissoco Embaló disse também ter falado com o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, sobre as farpas trocadas entre os dois em agosto e que tudo ficou esclarecido.

"Xanana Gusmão pediu desculpas (..). Hoje ele tem uma opinião diferente da Guiné-Bissau e de mim mesmo", frisou.

Xanana Gusmão afirmou, numa entrevista à Lusa, em Díli, que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais desde 2014, defendendo que a CPLP tem sido demasiado passiva e deve exigir "mudanças radicais" neste país. Umaro Sissoco Embaló lamentou as declarações e destacou que "toda a gente sabe que Xanana Gusmão se esquece".

O Presidente guineense notou que o país "agora é respeitado" embora, disse, alguns cidadãos ainda a continuem a denegrir no estrangeiro.

"A imagem do vosso Presidente cobre a má imagem que alguns guineenses transmitem lá fora", declarou Sissoco Embaló.

Ler artigo completo