Preço do ouro sobe, mas as ações não acompanham, diz Schroders

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“Se alguma vez existiu um momento para incluir as ações de ouro numa atribuição plurianual de metais preciosos, acreditamos que é agora.” defende a gestora de ativos britânica.

A mudança das tendências geopolíticas e fiscais prepara o terreno para uma procura sustentada de ouro, e as empresas de extração de ouro podem estar a preparar-se para uma recuperação significativa, quem o diz é a gestora de ativos britânica Schroders.

As ações em ouro têm um fluxo de caixa muito forte, mas continuam a ser negociadas com avaliações secularmente baixas, defende a gestora de ativos.

James Lunke, Fund Manager Metals na Schroders, explica as mudanças a que podemos vir a assistir a curto-médio prazo.

“Apesar das vendas quase ininterruptas por parte dos investidores ocidentais ao longo de 2023 e em 2024, o ouro ultrapassou facilmente os máximos anteriores e está atualmente a ser negociado acima dos 2.300 dólares por onça”, lembra a Schroders.

As liquidações ocidentais foram superadas, principalmente, pelas compras efetuadas pelos bancos centrais, investidores e famílias do Oriente. A gestora de ativos sublinha que esta dinâmica de mudança foi liderada pela China, mas não foi apenas uma realidade chinesa, houve também aumentos significativos da procura no Médio Oriente e em outros locais.

“A fragilidade geopolítica e fiscal – tendências diretamente relacionadas com as vertentes demográfica e de desglobalização que, juntamente com a desglobalização, caracterizam o novo paradigma de investimento que nós, na Schroders, apelidámos de ‘The 3D Reset’
– estão atualmente a conjugar-se de forma a moldar um caminho para um impulso global múltiplo e sustentado para a oferta de ouro”, refere a gestora de ativos.

“Na nossa opinião, isto poderia desencadear, um dos mais fortes mercados em alta desde que o Presidente Nixon pôs fim à possibilidade de converter dólares americanos em ouro, em novembro de 1971”, defende a Schroders.

“Embora os preços do ouro tenham subido, as ações de ouro não acompanharam o preço deste metal”, realça a gestora de ativos que acrescenta ainda que “apesar dos sólidos fundamentos financeiros, impulsionados por este mercado em alta, liderado pelo Oriente, as avaliações estão a aproximar-se de mínimos de há 40 anos, devido à opinião negativa do Ocidente sobre o ouro e aos fracos resultados operacionais de alguns líderes do sector”.

O que poderia alterar esta situação? A frase “os mercados formam opiniões” poderia ser ajustada para “as margens formam opiniões” para os mineiros de ouro, defende a gestora de ativos.

“Com os preços do ouro a atingirem em média 2.200 dólares por onça no acumulado do ano, e a nossa opinião de que a inflação dos custos deverá abrandar consideravelmente, esperamos assistir a uma expansão muito forte das margens e à geração de fluxos de caixa à medida que o ano avança. Pensamos que o fluxo de caixa intenso e a disciplina financeira se tornarão difíceis de ignorar e, com o tempo, começarão a mudar as opiniões menos positivas”, avança a Schroders.

Por fim a gestora prevê que “afinal de contas, não é exagerado dizer que o sector mineiro do ouro pode subir 50% e continuar a parecer barato”.

A Schroders destaca que com uma capitalização bolsista total de cerca de 300 mil milhões de dólares, “o sector das ações de ouro tem sido largamente ignorado, mas acreditamos que esse cenário está prestes a mudar”.

“Se alguma vez existiu um momento para incluir as ações de ouro numa atribuição plurianual de metais preciosos, acreditamos que é agora.” defende a gestora de ativos.

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