Presença na Ucrânia não envolve Reino Unido no conflito, diz governo

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Num debate organizado pelo Instituto de Relações Internacionais britânico (Chatham House) hoje a propósito da publicação de um estudo sobre a identificação de partes num conflito armado no direito internacional, Berman admitiu que o destacamento de militares em funções não combatentes é "uma questão muito sensível".

"Nos dois anos que se seguiram à agressão da Rússia contra a Ucrânia, os aliados da NATO e outros Estados têm sido claros quanto ao facto de o fornecimento de equipamento à Ucrânia não os tornar parte no conflito, uma análise confirmada pelo estudo", afirmou o perito da diplomacia britânica.

"Decidir se um ator se tornou parte de um conflito armado é uma questão de avaliação jurídica e factual. Mas não pode ser simplesmente classificada como uma questão técnica. Tem uma enorme importância política e militar", vincou.

Posição oposta foi expressa pelo professor de Direito Internacional Público da universidade britânica de Reading, Marko Milanovic.

"O Reino Unido confirmou na semana passada que há um pequeno número de tropas britânicas destacadas na Ucrânia. Se, de facto, estas tropas participam no conflito armado, isso significa que a Rússia pode, por uma questão de Direito Humanitário Internacional, alvejá-las, mesmo que esse ato continue a ser um ato de agressão nos termos da Carta das Nações Unidas", afirmou.

Na semana passada foi divulgada na Rússia uma gravação de áudio de uma reunião por videoconferência de oficiais militares alemães de alto escalão, em que estes discutem em particular a hipótese da entrega de mísseis de longo alcance Taurus de fabricação alemã a Kiev.

Na conversa, um dos oficiais referiu que o Reino Unido tinha militares na Ucrânia a ajudar as forças ucranianas a escolher alvos russos para os mísseis de longo alcance Storm Shadow.

No sábado, Berlim confirmou que a gravação era autêntica e que havia sido "intercetada".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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