Presidente da Argentina diz que inflação no país aumenta 1% ao dia

"A minha principal prioridade hoje é acabar com a hiperinflação", disse o ultraliberal populista recentemente eleito, após sortear em direto no Instagram o seu último salário como deputado, algo que repetiu ao longo dos últimos dois anos.

O Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) argentino informou, na quarta-feira, que o IPC atingiu 160,9% anuais em novembro, após a taxa mensal ter crescido 12,8% face aos 8,3% registados em outubro.

O líder do La Libertad Avanza, partido de extrema direita, calculou que ao atual ritmo de crescimento a inflação poderá aumentar 3.678% (três mil e seiscentos e setenta e oito porcento) por ano.

Nesse sentido, Milei elogiou o primeiro conjunto de medidas de ajustamento económico anunciadas esta semana pelo ministro da Economia, Luis Caputo, entre as quais se destaca uma forte desvalorização da taxa de câmbio oficial do peso argentino.

"Fizemos um programa ultraortodoxo com um forte ajuste fiscal para reduzir o défice financeiro a zero", disse Milei, que mencionou alguns dados posteriores aos anúncios de Caputo, tais como a redução da diferença cambial entre o dólar oficial e o do mercado informal, baixar o risco-país argentino e incentivar a compra de dólares por parte do Banco Central.

O presidente argentino reconheceu que as medidas representam um grande esforço para o setor privado, mas disse que todas estas dificuldades são "transitórias".

A partir de agora, assim que reorganizarmos a economia, começaremos a eliminar todas as coisas que não gostamos como liberais", concluiu.

O sorteio em direto do seu último salário de deputado foi a primeira comunicação de Javier Milei através das redes sociais desde o seu discurso, no domingo, na escadaria do edifício do Congresso argentino.

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