Presidente da Coreia do Sul critica "cartel de médicos" contra reformas

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Yoon Suk-yeol acusou os governos anteriores de terem fracassado em aumentar o número de admissões nas faculdades de medicina, algo que "fortaleceu o cartel dos médicos".

"Não podemos repetir o mesmo erro", acrescentou o chefe de Estado, num discurso transmitido pela televisão sul-coreana.

Quase 70% (8.945) dos 13 mil médicos residentes do país entregaram cartas de demissão numa centena de hospitais universitários a 20 de fevereiro, em protesto contra a reforma, que inclui o aumento do número anual de licenciados em medicina em dois mil, dos atuais três mil para cinco mil.

"A cifra de dois mil não foi fruto do acaso. Analisámos de maneira aprofundada as estatísticas e os estudos relevantes, bem como a situação de saúde atual e futura", disse Yoon.

O aumento proposto pelo Governo não será sequer suficiente para responder à crescente procura por cuidados de saúde fora da capital, disse o Presidente, num país onde, devido à baixa taxa de natalidade, quase metade da população deverá ter mais de 65 anos em 2070.

Os médicos opõem-se à reforma, por considerarem que a admissão de mais estudantes nas escolas de medicina vai provocar diminuição do nível dos futuros médicos e que, consequentemente, a qualidade dos cuidados de saúde vai ser afetada.

A greve perturbou o funcionamento dos hospitais da Coreia do Sul, obrigando a cancelar tratamentos cruciais, como tratamentos de quimioterapia ou radioterapia para pacientes com cancro, e cirurgias.

O Governo da Coreia do Sul emitiu em 29 de fevereiro uma ordem de regresso ao trabalho e ameaçou suspender as licenças dos médicos estagiários em greve.

De acordo com a lei sul-coreana, os médicos, considerados trabalhadores essenciais, não podem fazer greve.

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