Presidente da UEFA acusa criadores da Superliga de "espezinharem" 70 anos de história

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Desporto

Espanha terá sido o único país da União Europeia a recusar assinar a declaração conjunta contra a Superliga Europeia. Uma declaração promovida pelo governo francês, em resposta à decisão do Tribunal de Justiça Europeia.

O presidente da UEFA, Aleksander Čeferin, criticou esta quinta-feira a Superliga Europeia e realçou que os organizadores são “predadores” que acham que “tudo pode ser vendido e comprado”.

“Neste momento, há pessoas a tentar espezinhar 70 anos de história, estão a tentar mudar o modelo europeu de futebol, apesar do seu sucesso. Dizem ser os salvadores do futebol, mas na realidade estão a tentar cavar a sua sepultura. Fazem-se de vítimas, quando, na realidade, não passam de predadores”, referiu, em primeiro lugar, o presidente da UEFA, referindo-se diretamente aos organizadores da Superliga Europeia que se propõe a fazer concorrência com a Liga dos Campeões.

Aleksander Čeferin evidenciou, também, que para esses que tentam espezinhar a história do futebol só existe uma lei: a lei do mercado, e pensam que “tudo pode ser comprado, tudo está para venda” e que todos os europeus “são consumidores e nada mais”.

“Esta é uma perspetiva da vida mas não é a nossa. Mais do que nunca, o bem geral deve prevalecer sobre o interesse individual. Esse sempre foi o meu lema e nunca irei mudar”, acrescentou o presidente da UEFA.

Čeferin disse ainda estar surpreendido pelo que vê, apesar de estar na gestão futebolística há 15 anos. Reforçou também que não irá mudar, pois acredita nas pessoas, amizade e valores.

Espanha terá sido o único país da União Europeia a recusar assinar a declaração conjunta contra a Superliga Europeia. Uma declaração promovida pelo governo francês, em resposta à decisão do Tribunal de Justiça Europeia que deu razão aos impulsionadores da prova, o Real Madrid e o Barcelona.

O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) deu luz verde à criação da Superliga Europeia, da A22 Sports Management, em dezembro, acusando a FIFA e a UEFA, que se opuseram à sua criação, de "abuso de poder".

Em causa estava um alegado abuso de poder por parte da UEFA em relação aos clubes fundadores da competição europeia Superliga.

Numa publicação no X, antigo Twitter, o tribunal sediado no Luxemburgo refere que as regras da FIFA e da UEFA sobre a aprovação de competições de futebol, como a Superliga, são contrárias à legislação da União Europeia.

Em comunicado, o TJUE sustenta que é “ilegal” as instituições sujeitarem qualquer competição à sua aprovação prévia e “proibir clubes e atletas de participarem nas competições”.

As reações não tardaram a surgir de todos os lados, a começar pelos próprios organizadores da Superliga. O diretor executivo da A22 Sports Management disse que o futebol está “livre” do monopólio da UEFA.

Apesar disto, já vários clubes se manifestaram contra esta posição e recusaram a participar neste novo modelo de competição entre clubes europeus.

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