Presidente do Equador prolonga por mais 30 dias estado de emergência

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"A declaração do estado de emergência é mantida em todo o território equatoriano para garantir a ordem pública, a paz social e a convivência pacífica", disse, na quinta-feira, a Secretaria de Comunicação da Presidência em comunicado.

O decreto impõe o controlo de todas as prisões do Equador por parte da polícia e das forças armadas e um sistema que regula a duração do recolher obrigatório noturno em função dos níveis de insegurança de cada região.

O recolher obrigatório dura entre meia-noite e as 05:00 em 38 regiões, enquanto 23 regiões têm restrições de mobilidade entre as 02:00 e as 05:00. Não há qualquer restrição em 160 regiões.

Em 01 de março, o Tribunal Constitucional do Equador aprovou a participação das forças armadas em operações contra o terrorismo, como têm sido designadas as medidas contra o crime organizado, mesmo sem a declaração do estado de emergência.

Desde que Noboa decretou o estado de emergência, as forças de segurança realizaram 153.650 operações para deter mais de 12 mil alegados membros de mais de 23 organizações criminosas, sendo que 280 foram acusadas de terrorismo e 14 mortas.

A espiral de violência foi desencadeada logo depois de o Presidente ter decidido lançar o "Plano Fénix", com o objetivo de recuperar o controlo das prisões, muitas delas dominadas internamente por grupos criminosos, cujas rivalidades deixaram mais de 450 reclusos mortos desde 2020 numa série de massacres nas prisões.

Essa violência também se estendeu às ruas, tornando o Equador um dos países mais violentos do mundo, com 45 homicídios intencionais por 100 mil habitantes no ano passado.

Em resposta, Noboa decretou o estado de emergência e declarou o país "em guerra interna" contra os gangues, qualificados de terroristas, colocando no terreno mais de 20 mil efetivos.

Rodeado pela Colômbia e pelo Peru, os dois maiores produtores mundiais de cocaína, os grupos de crime organizado tinham vindo a usar os portos do Equador para enviar toneladas de droga para a Europa e América do Norte.

Na segunda-feira, a Polícia Judiciária (PJ) portuguesa anunciou o desmantelamento de uma rede criminosa que traficava droga dissimulada em peixe congelado e apreensão de 1.300 quilogramas de cocaína proveniente do Equador.

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