Presidente do Peru não pensa demitir-se, revela porta-voz

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As declarações de Fredy Hinojosa surgiram, na sexta-feira, quase ao mesmo tempo do anúncio do Ministério Público sobre a abertura de um processo contra Boluarte e o ministro do Interior, Walter Ortiz, por alegadamente terem encoberto Nicanor, ao desativarem o grupo policial de apoio aos procuradores anticorrupção, horas antes da detenção do irmão da chefe do Estado peruano.

O processo contra Boluarte foi iniciado como suposto instigador dos crimes contra a administração pública, nas modalidades de encobrimento pessoal e abuso de autoridade, pelos quais Ortiz também está a ser investigado, de acordo com um comunicado do Ministério Público.

Sem conhecer ainda esta informação, o porta-voz reiterou que "a possibilidade de uma demissão" da Presidente não é "minimamente admitida".

"Este Governo garante a divisão de poderes, o primado da Constituição e das leis, o exercício da autonomia das diferentes instituições públicas", disse Hinojosa.

"Não há qualquer impedimento ao trabalho da magistratura judicial ou do Ministério Público", acrescentou.

Na sexta-feira, o Ministério Público e a Polícia Nacional do Peru detiveram Nicanor Boluarte por alegados crimes de tráfico de influências e organização criminosa.

Juntamente com Nicanor Boluarte, que ficará detido pelo menos dez dias, foram detidas, mais oito pessoas, incluindo Mateo Castañeda, advogado da Presidente peruana.

Ao irmão de Boluarte são imputadas alegadas ilegalidades na nomeação de autoridades e responsáveis do Estado.

Por sua vez, Castañeda é acusado de tentar pôr termo às investigações a Nicanor Boluarte, "oferecendo benefícios de proteção do mais alto cargo" do Estado, em troca de informações, de acordo com a imprensa peruana.

A operação foi resultado da colaboração entre a Equipa Especial contra a Corrupção no Poder (Eficcop) e agentes da Divisão de Investigação de Crimes de Alta Complexidade (Diviac) e incluiu buscas em cerca de 20 imóveis e uma ordem para levantar o sigilo bancário, fiscal e de comunicações dos detidos.

A detenção de Nicanor ocorre pouco depois de o Governo ter anunciado a dissolução da Eficcop - que está a analisar vários casos relacionados com a Presidente da República -, por alegada "duplicação de funções" com a Diviac.

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