“Terminou bem. As coisas andam turbulentas, mas sobretudo significou a estabilidade do partido, nosso concorrente nas eleições mas nosso amigo no crescimento de Moçambique”, disse o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas durante o balanço da visita que realizou até sexta-feira ao Ruanda.
O Presidente moçambicano e líder da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Filipe Nyusi, felicitou a reeleição de Ossufo Momade como líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição), pela “estabilidade” que representa.
“Terminou bem. As coisas andam turbulentas, mas sobretudo significou a estabilidade do partido, nosso concorrente nas eleições mas nosso amigo no crescimento de Moçambique”, disse o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas durante o balanço da visita que realizou até sexta-feira ao Ruanda.
“Aproveito o momento para felicitá-lo, eu como, neste caso, presidente do partido Frelimo. É um gesto que significa estabilidade política, mas qualquer que pudesse ser eleito, satisfazendo as vontades dos membros da Renamo, estaríamos prontos a continuar a trabalhar nos dossiês coletivos. O maior dossiê coletivo é esta que soa nos ouvidos dos moçambicanos: É a paz”, acrescentou.
Admitiu que “se fosse uma nova pessoa” escolhida para a liderança da Renamo, no congresso que terminou na sexta-feira, seria necessário “algum tempo” para “atualizar” determinados processos, sendo o principal o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso dos 5.221 antigos guerrilheiros da Renamo, conforme acordo que Nyusi assinou com o partido.
“Felicitar a própria Renamo por ter dado um passo importante para a democracia do nosso país e nós estamos prontos para cooperar com o parceiro político. Só assim podemos desenvolver o país, com ideias diferentes, mas com objetivo comum que é o bem-estar dos moçambicanos”, acrescentou.
O reeleito presidente da Renamo, Ossufo Momade, garantiu na sexta-feira que conta com os restantes candidatos que disputaram a liderança do maior partido da oposição no congresso e que “ninguém pode ficar de fora”.
“Em primeiro lugar quero agradecer pela vossa confiança, que depositaram em Ossufo Momade. Eu agradeço e prometo trabalhar com todos. Todos os candidatos. Para que possam alinhar connosco, ninguém pode ficar de fora”, afirmou Ossufo Momade, ao discursar no congresso, após a proclamação dos resultados oficiais, em que venceu a eleição interna com 57% dos votos, entre nove candidatos.
O conselho jurisdicional da Renamo confirmou na sexta-feira a eleição de Ossufo Momade como presidente do partido, que lidera desde 2019, obtendo 57% dos votos no congresso que decorreu desde quarta-feira em Alto Molócue, província da Zambézia, garantindo assim novo mandato de cinco anos.
A Renamo terá de clarificar qual o candidato que vai apoiar ao cargo de Presidente da República nas eleições gerais de 09 de outubro, que, por norma, é o líder do partido.
Os dados divulgados validados pelo conselho jurisdicional da Renamo deram a vitória a Ossufo Momade, com 382 votos, entre nove candidatos.
A Renamo é liderada desde 17 de janeiro de 2019 por Ossufo Momade, 63 anos, eleito após a morte do líder histórico do partido, Afonso Dhlakama (1953-2018).
Elias Dhlakama, irmão do líder histórico do partido, recolheu 147 votos e Ivone Soares, deputada e antiga chefe de bancada parlamentar, a primeira mulher a concorrer à liderança da Renamo, 78 votos, segundo os dados do conselho jurisdicional.
O congresso ficou marcado pela exclusão da candidatura à liderança de Venâncio Mondlane, deputado e candidato do partido nas eleições autárquicas de outubro de 2023 ao município de Maputo, por não cumprir os requisitos do perfil definido pelos órgãos do partido.
Mondlane ainda recorreu aos tribunais para forçar a inclusão da sua candidatura, mas, apesar de uma providência cautelar que foi aceite pelo tribunal, o congresso não alterou a lista de candidatos submetidos à votação nem permitiu a sua entrada na reunião magna.
Moçambique realiza em 09 de outubro eleições gerais, que incluem, além de legislativas e provinciais, presidenciais, às quais já não pode concorrer o atual Presidente, Filipe Nyusi, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.