"A governação autárquica deve ser íntegra, moderna, inclusiva, competente e livre de corrupção", afirmou Filipe Nyusi, falando num encontro com os dirigentes das 60 autarquias onde a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) venceu nas eleições autárquicas de 11 de outubro último.
Os autarcas e os membros das assembleias municipais devem pautar-se pela cultura de prestação de contas aos munícipes, visando construir uma relação de confiança e a participação popular na gestão autárquica, prosseguiu.
"Mantenham um contacto regular com as comunidades e suas lideranças, auscultando as suas precauções e envolvendo-as na busca de soluções", enfatizou o chefe de Estado.
Filipe Nyusi criticou o "nepotismo" na escolha de vereadores e diretores municipais, assinalando que esta prática prejudica a "integridade e competência".
Pediu ainda a simplificação de procedimentos administrativos na gestão autárquica e na satisfação das necessidades das comunidades, enfatizando que os municípios são parte de um processo de descentralização concebido para aproximar o poder dos cidadãos.
"É fundamental que os dirigentes dos órgãos autárquicos conheçam e apliquem os processos administrativos, reduzindo o excesso de burocracia", salientou.
A Frelimo venceu em 60 das 65 autarquias do país, tendo a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, ganhado em quatro, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política, voltado a vencer no município da Beira.
O escrutínio foi marcado por diversas irregularidades, de acordo com relatórios de grupos de observadores, e desencadeou protestos de rua da oposição, com episódios de confrontos entre manifestantes e as forças policiais.