Pressão para Conceição? O histórico de treinadores em épocas sem títulos no FC Porto

6 meses atrás 87

*para esta contagem foram apenas contabilizados os treinadores que iniciaram e terminaram as respetivas temporadas durante os mandatos de Jorge Nuno Pinto de Costa

Vivem-se tempos de incerteza no reino do Dragão. Com as eleições entre Nuno Lobo, André Villas-Boas e Jorge Nuno Pinto da Costa cada vez mais perto, os adeptos do FC Porto vão, aos poucos, pensando sobre o futuro e a escolha recai nestes três candidatos à presidência do clube.

Como seria de esperar, um dos principais pontos de cada candidatura prende-se com o futebol sénior masculino. O primeiro já referiu, por exemplo, «que Sérgio Conceição terá todo o direito de bater com a porta e de certeza absoluta que todos os sócios do FC Porto vão entender a tomada de posição de Sérgio Conceição. Não entenderia se o fizesse agora. Ele tem de levar esta equipa até ao fim porque ainda há coisas para conquistar».

O segundo, por outro lado, argumentou que os azuis e brancos ganharam três campeonatos com Sérgio Conceição, uma vez que «tem mantido e criado equipas competitivas» que conseguem «lutar por títulos e estar sempre na UEFA Champions League».

O atual presidente, por sua vez, já demonstrou várias vezes a sua posição no que toca a esta temática. «Não tenho plano B. Só tenho um plano A. Se for eleito, o meu treinador, o que eu quero, é o Sérgio Conceição», explicou Jorge Nuno Pinto da Costa.

Ora, com a temporada a caminhar passos largos para o fim, o FC Porto está inserido em duas competições: Liga Portugal Betclic e Taça de Portugal. Na primeira, que já vai na 27ª jornada, os dragões estão a dez pontos do primeiro lugar, o Sporting, que conta com menos um jogo. Na segunda, vão discutir a passagem à meia-final da prova diante do Vitória SC

Recuamos atrás na história e lembramos os cenários em que os azuis e brancos não conseguiram arrecadar nenhum troféu durante a era Jorge Nuno Pinto da Costa, ou seja, desde 1982. Apenas três treinadores começaram e terminaram a zeros. Lembra-se de todos?

Dois votos de confiança...

Tal como já referido anteriormente, este cenário é pouco comum no FC Porto desde que o atual dirigente está no cargo. A primeira vez remonta para a temporada 1982/1983, com José Maria Pedroto, uma das figuras emblemáticas da história do clube. No primeiro ano, Pedroto ficou no segundo lugar do campeonato, foi finalista vencido da Taça de Portugal e terminou eliminado da Taça UEFA na segunda ronda.

Na segunda época, porém, estava lançado para algo mais (13 vitórias em 16 jogos), mas uma doença afastou-o do banco de suplentes e, pouco tempo depois, acabou mesmo por falecer, a 27 de janeiro de 1985. António Morais (interino) conquistou dois troféus e atribuiu a maior parte do mérito ao seu «Mestre».

Último jogo de 2016/2017 terminou com derrota @Global Imagens / Ivan Del Val

Foi preciso esperar até à época 2014/2015 para voltarmos a verificar a repetição da história, agora com Julen Lopetegui no banco de suplentes. O espanhol contou com um dos maiores investimentos até então. Chegaram Casemiro, Yacine Brahimi, Óliver Torres, José Campanã ou Vincent Aboubakar para tentar «esquecer» um ano com Paulo Fonseca (vencedor da Supertaça) e Luís Castro.

Apesar do estilo de jogo a privilegiar a posse de bola, o treinador foi bastante contestado e acabou sem qualquer troféu arrecadado. Segundo lugar no campeonato, eliminado na terceira eliminatória da Taça de Portugal diante do Sporting, meias-finais da Taça da Liga e quartos-de-final da UEFA Champions League. Apenas cinco derrotas, mas 11 empates.

A segunda temporada também começou em tons de espanhol, mas Pinto da Costa colocou um ponto final nesta ligação e trouxe Rui Barros/José Peseiro para terminar outro ano que não terminou com desfecho positivo.

@Catarina Morais / Kapta +

Imediatamente a seguir, em 2016/2017, chegou Nuno Espírito Santo, o último timoneiro deste caminho desviado das vitórias. As contratações de Alex Telles, Soares, Felipe, Miguel Layún ou Diogo Jota não foram suficientes para contrariar o tetracampeonato encarnado, algo inédito até então.

Ao contrário do que tinha acontecido anteriormente, NES não recebeu outro voto de confiança e deu a vez a Sérgio Conceição, atual treinador do FC Porto que tem marcado uma era no futebol portista, um cenário que perdura desde 2017, ano que coincidiu com a apresentação do português.

E o futuro?

Faltam poucos jogos para 2023/2024 terminar. O FC Porto atravessa semanas decisivas, mas continua a pairar uma questão. Sérgio Conceição vai continuar no banco de suplentes portista na próxima temporada? A história diz-nos que Pinto da Costa concedeu «duas oportunidades» ao três casos anteriores...

Caso os azuis e brancos voltem a marcar presença no Estádio do Jamor, só existe uma missão: vencer. Mesmo com as dificuldades, o técnico venceu, pelo menos, um troféu em cada temporada ao serviço dos dragões. Uma seca esta época pode ter impacto no seu futuro?

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