Um grupo de cientistas fez história ao conseguir inseminar um embrião de um rinoceronte branco do norte pela primeira vez. O feito, anunciado esta quarta-feira, pode ser um passo importante para impedir a extinção desta espécie em risco.
Segundo o Washington Post, existem no mundo apenas dois exemplares desta espécie. São elas Najin e Fatu [na foto], mãe e filha. As duas vivem no Kenya’s Ol Pejeta Conservancy.
A morte do último macho da espécie, em 2018, levou vários conservadores e ambientalistas a tentar salvar esta espécie.
Em 2019, os cientistas colheram oócitos - óvulos em desenvolvimento - de Fatu e Najin, levando-os de avião para Avantea, um laboratório em Itália onde utilizaram o esperma de rinocerontes brancos do norte já mortos para inseminação artificial.
Os óvulos foram fertilizados, tendo dois deles dado origem a embriões viáveis. Um terceiro embrião foi criado em 2020 usando a mesma técnica. Existem agora 30 embriões de rinocerontes brancos do norte que podem ser usados para produzir bebés, e todos são oócitos de Fatu.
No procedimento anunciado agora, os cientistas conseguiram a primeira gravidez de rinoceronte por fertilização in vitro do mundo, transferindo com êxito um embrião de rinoceronte criado em laboratório para uma mãe de aluguer. O procedimento foi efetuado com rinocerontes brancos do sul, uma subespécie intimamente relacionada com os brancos do norte.
O próximo passo, indica a BBC, é repetir o procedimento com embriões de rinocerontes brancos do norte.
Os futuros substitutos dos rinocerontes brancos do norte continuarão provavelmente a ser os rinocerontes brancos do sul até que a subespécie possa reproduzir-se naturalmente de novo e ser libertada na natureza, afirma um dos especialistas envolvidos no processo.
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