Primeiro-ministro chinês "plenamente confiante" na meta de crescimento

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O Governo espera alcançar um crescimento do PIB de cerca de 5% este ano. Mas a recuperação pós-Covid tem sido lenta, e a China registou o seu crescimento trimestral mais fraco em ano e meio no período entre julho e setembro.

As autoridades anunciaram medidas para estimular a atividade, incluindo cortes nas taxas de juro e a flexibilização das restrições à compra de habitação. No entanto, muitos analistas criticaram o facto de ainda não existir um plano de estímulo de grande envergadura.

Esse anúncio poderá ser feito esta semana, após uma reunião do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China - na verdade, subserviente ao Partido Comunista Chinês (PCC).

"Estamos plenamente confiantes de que os objetivos deste ano serão alcançados e que a economia chinesa crescerá nos próximos tempos", afirmou Li Qiang, em Xangai.

Oficialmente responsável pela política económica enquanto primeiro-ministro, Li discursou na cerimónia de abertura da Feira Internacional de Importação da China (CIIE), um importante evento comercial anual em que participam centenas de empresas estrangeiras.

Sugeriu que as autoridades ainda têm margem de manobra para adotar novas medidas.

"Estamos a enfrentar uma pressão descendente sobre a economia, mas ainda há espaço para medidas fiscais e monetárias", afirmou.

Após uma subida em flecha da bolsa há algumas semanas, alimentada pela esperança de um grande plano de estímulo, o otimismo recuou face a políticas que os mercados não consideram suficientemente fortes.

No entanto, recentemente, houve alguns sinais positivos. A atividade fabril aumentou no mês passado pela primeira vez desde abril, de acordo com os dados oficiais publicados na semana passada.

No setor dos serviços, a atividade também acelerou em outubro, de acordo com um índice independente publicado hoje pela S&P Global e pela revista Caixin.

Li Qiang afirmou: "Recentemente, os principais indicadores económicos da China recuperaram globalmente, a confiança do mercado aumentou significativamente (...) e verificaram-se muitas mudanças positivas na economia".

Mas a economia chinesa enfrenta um sério obstáculo: as crescentes tensões comerciais com alguns dos seus parceiros comerciais mais próximos, liderados pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos.

Perante uma plateia de dignitários estrangeiros, incluindo os primeiros-ministros da Malásia, Eslováquia e Sérvia, reunidos na Feira Internacional de Importação da China (CIIE), Li Qiang assegurou que a China está mais aberta ao investimento.

No entanto, alertou para o aumento do unilateralismo e do protecionismo.

"De um ponto de vista global (...) surgiram muitos problemas que não deveriam ter surgido", sublinhou.

"Em particular, todo o tipo de comportamentos desonestos, que provocaram um efeito destrutivo das regras", sublinhou.

A China está particularmente irritada com as taxas alfandegárias punitivas impostas pela UE e pelos Estados Unidos sobre veículos elétricos fabricados no país asiático.

Em resposta, Pequim ameaça aumentar as taxas sobre aguardentes da Europa. Desde meados de outubro, exige que os importadores depositem uma caução nas alfândegas chinesas.

A China também lançou investigações antidumping sobre a carne de porco e os produtos lácteos importados da Europa, ameaçando estes setores.

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