Procura por bens de consumo duradouro registam quebra global, alerta seguradora

9 meses atrás 79

Apesar da inflação indicar uma tendência de descida, a pressão feita pela política monetária continua a fazer-se sentir nos rendimentos reais das famílias. Por outro lado, o impacto das taxas de juro está a provocar também uma diminuição nas compras efetuadas através do crédito.

A procura por bens de consumo duradouro está a registar uma quebra a nível mundial e o risco de crédito dos retalhistas poderá vir a agravar-se nos próximos meses. Esta é a principal mensagem transmitida pela Crédito y Caución, no seu último relatório divulgado esta quinta-feira, 18 de janeiro.

Neste cenário de deterioração, a seguradora indica que as pequenas empresas serão particularmente vulneráveis a incumprimentos e insolvências, dado que o sector “opera num ambiente altamente competitivo, com margens estruturalmente apertadas e sob pressão da crescente frequência das promoções e saldos, à medida que os consumidores procuram descontos ao longo do ano”, refere o relatório.

Apesar da inflação indicar uma tendência de descida, a pressão feita pela política monetária continua a fazer-se sentir nos rendimentos reais das famílias. Por outro lado, o impacto das taxas de juro está a provocar também uma diminuição nas compras efetuadas através do crédito.

Como tal, a seguradora espera que em termos europeus o ano de 2023 termine com uma descida nas vendas de bens de consumo duradouro enquanto outras grandes regiões apontam para um abrandamento no crescimento das vendas.

“Na zona euro, os elevados custos da habitação, alimentação e combustíveis estão a forçar muitos consumidores a suspender compras não essenciais”, pode ler-se no relatório.

Ainda sobre os riscos que o sector terá pela frente “além da compressão das suas margens, está a elasticidade da procura, em contraste com produtos essenciais como os alimentos, alinhada à disponibilidade de rendimentos, aos níveis de preços e à volatilidade do ciclo económico”, indica o documento.

Por outro lado, as vendas online estão a aumentar a sua quota de mercado, exercendo pressão sobre os operadores tradicionais, com o relatório da seguradora a apontar que os bens de consumo vendidos online devem representar cerca de 22% das vendas a retalho globais até ao final de 2024.

Como tal, a seguradora entende que os retalhistas tradicionais vão ter de melhorar as suas capacidades digitais e oferecer serviços adicionais para se adaptarem ao mundo digital, sendo que esta alteração “exige investimentos significativos e vontade de mudar”.

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