Em janeiro, choveu acima da média e as barragens foram a maior fonte de produção de eletricidade.
“Chove uma grossa chuva inesperada, Que a tarde não pediu mas agradece. Chove na rua, já de si molhada. Duma vida que é chuva e não parece”, escreveu Miguel Torga há 80 anos sobre um dia de chuva, que poderia ser aplicado ao mês de janeiro de 2024 em Portugal.
No mês de janeiro, a precipitação foi de 123.4 mm, o que corresponde a 118% do valor médio entre 1981-2010 (sendo 100% dentro da média). Durante este mês, o país registou precipitação durante os primeiros 20 dias, com os últimos 10 dias a ficarem marcados pela ausência de precipitação, segundo os dados do IPMA. Como curiosidade, a maior quantidade de precipitação caída em 24h teve lugar no dia 16 na Covilhã: 65.5 mm.
No primeiro mês de 2024, a energia hídrica foi a principal fonte de produção de eletricidade em Portugal (pesando 47% na produção total), segundo os dados da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), tal como já tinha acontecido há um ano (49%).
Segue-se a eólica (25%), o gás natural (10%) a bombagem ((5,4%) isto é, a água já turbinada, e retida na albufeira a jusante, é bombada novamente para a barragem a montante para ser turbinada novamente), a biomassa (5,2%), a solar (4%) e a cogeração fóssil e outros (3,9%).
Neste período, as energias renováveis pesaram 80% na produção, com as fósseis a pesarem 14%, e a bombagem 5%.
No total, foram produzidos em Portugal mais de 4.970 GWh. menos 7% face a período homólogo, com o consumo a aumentar 1,5% para 5.220 GWh. A incorporação de renováveis caiu 4% para 80%.
Olhando para os índices de produção, o de hidraulicidade ficou acima da média (1,30) com outros dois abaixo da média: eolicidade (0,88) e solaridade (0,85).
No mercado ibérico, o preço médio horário foi de 74,1 euros/MWh, mais 6,8% face a período honólogo.
Em termos de compras de eletricidade a Espanha, Portugal registou um saldo importador de 248 GWh.
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