Produtor e enólogo português adquire Quinta do Malhô a investidor francês

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O produtor Márcio Lopes mostra que é possível reverter a tendência de entrada de empresas estrangeiras no tecido português. O também enólogo é o novo dono da Quinta do Malhô, cujo plano passa pelo aumento da produção e do portefólio.

O produtor e enólogo Márcio Lopes está a expandir-se para o Douro e a mostrar que o vinho nas encostas do Norte ainda tem selo português. Márcio Lopes adquiriu este mês a Quinta do Malhô, em Ervedosa do Douro, à Cap Wine Portugal, empresa detida pelo grupo francês Cap Wine International.

“Esta quinta é uma joia no berço do Douro. O vale onde está inserida é icónico e a sua localização a par da altitude são excecionais para a produção de vinhos de altíssimo nível. Esta aquisição é para nós um grande desafio, que representa um grande compromisso com o Douro, aumentando a capacidade de vinificação do projeto Proibido e abrindo portas para um projeto de enoturismo”, adianta o produtor na explicação para a compra da quinta.

Com esta aquisição, o enólogo expande a sua posição no Douro e consegue aumentar a capacidade de vinificação para meio milhão de litros por ano só nesta região. Desta forma, Mário Lopes prevê duplicar, nos próximos cinco anos, a capacidade de produção e, ainda, aumentar em 30% os postos de trabalho.

A compra da Quinta do Malhô inclui um centro de vinificação, habitações nas imediações, lagares, 20 hectares de vinha, olival e floresta. Com perto de um século de existência, a maior parte da vinha nesta quinta é apenas constituída por castas tintas, somando entre seis a oito mil videiras por hectare.

Márcio Lopes planeia manter as características da quinta e da produção, além de querer “acrescentar concentração e complexidade aos vinhos”. Por sua vez, a área com cinco hectares de olival vai permitir que o produtor alargue o seu portefólio ao azeite.

Além disso, “é objetivo a entrada nos Vinhos de Porto de Quinta”, sendo estas “áreas de negócio que já estavam nos planos do produtor e que poderão agora tornar-se realidade”.

Atualmente, o produtor português é também dono da Quinta do Pombal (Vila Nova de Foz Côa), que conta com cinco hectares, e de onde provém o vinho Proibido, e ainda em Melgaço, onde produz Pequenos Rebentos, já na região do vinho verde.

Márcio Lopes foi reconhecido como “enólogo revelação do ano” e galardoado com o “prémio de singularidade”, em 2019. O produtor do Proibido Grande Reserva 2017, foi distinguido, em 2020, como um dos vinhos do top100 “melhores descobertas do mundo” pelo crítico Robert Parker, exportando atualmente para 22 países.

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