Fátima Vilaça 01:30
“Resultou exuberantemente demonstrado o poder manipulador e dissimulador do arguido. É, no nosso entender, um mestre na arte da manipulação e dissimulação.” A frase é da presidente do coletivo de juízes do Tribunal de Guimarães que na quinta-feira condenou a oito anos de prisão – e a 10 anos de proibição do exercício da docência – o professor de Moral, Fernando Silvestre, também diretor e encenador da companhia de teatro O Andaime, da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão.Fernando Silvestre, de 54 anos, recentemente colocado pelo Ministério da Educação numa escola secundária na Póvoa de Varzim, faltou na quinta-feira à leitura do acórdão. O docente alegou motivos de saúde, mas até à hora da sessão não tinha apresentado atestado médico. O tribunal deu como provados 62 dos 87 crimes de que o professor estava acusado. Para o Tribunal, a forma “coerente, convergente, assertiva e clara” com que as 15 vítimas dos abusos sexuais levados a cabo por Fernando Silvestre recordaram os factos e as circunstâncias em que os abusos tiveram lugar, convenceram “plenamente”, o Tribunal, “que o que as ofendidas narraram não se tratou de uma mera efabulação”.
O Tribunal sublinhou que as vítimas depuseram “em termos absolutamente credíveis, convincentes e até comoventes”, sem qualquer sinal ou vontade de vingança.
TOCAVA DENTRO DA ROUPAAbuso sexual de menores dependentes, atos sexuais com adolescentes e importunação sexual foram os crimes pelos quais o professor foi condenado. As alunas eram tocadas, por dentro da roupa, nas zonas íntimas.ESCONDEU DA MULHERQuando foi confrontado pela primeira vez com as queixas dos alunos, em dezembro de 2018, Fernando Silvestre ocultou o caso da mulher. Só o processo disciplinar de que foi alvo tornou o caso do conhecimento familiar.
Ver comentários
category-label- 
