"Profundo orgulho". António Guterres tornou-se timorense e tem agora dupla nacionalidade

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30 ago, 2024 - 08:08 • Pedro Mesquita com agências

Parlamento de Timor-Leste atribuiu "por unanimidade" a nacionalidade timorense ao atual secretário-geral das Nações Unidas.

Nos 25 anos do referendo que garantiu a independência ao povo timorense, Timor-Leste tem um novo cidadão. É timorense e é também secretário-geral da ONU. António Guterres tem desde esta sexta-feira dupla nacionalidade: portuguesa de nascença e a timorense, de coração, aprovada por unanimidade pelos deputados locais.

O parlamento de Timor-Leste atribuiu esta sexta-feira por unanimidade a nacionalidade timorense a António Guterres, atual secretário-geral das Nações Unidas, pela "prestação de altos e relevantes serviços ao país" ao longo de várias décadas.

O anúncio foi feito por Maria Fernanda Lay, a presidente do parlamento, a António Guterres. “Com gratidão aprovamos uma resolução atribuindo a nacionalidade a António Guterres”, afirma.

À Renascença, o Presidente da República democrática de Timor-Leste, José Ramos-Horta sublinha que, agora que Guterres é cidadão com plenos direitos, poderá candidatar-se a Presidente de Timor. "Seria eleito por unanimidade”, acrescenta.

À Renascença, o secretário-geral da ONU reagiu, esclarecendo que, “sobre isso, não há perigo nenhum”, mas que sente um “profundo orgulho e reconhecimento”.

"A causa de Timor-Leste foi uma causa fundamental da minha vida política durante muitos anos e tenho pelo povo timorense, pela resistência timorense uma enorme admiração e isto é uma honra", diz.

Ainda durante a cerimónia, Maria Fernanda Lay relembrou que, há 25 anos, o povo timorense teve a coragem de votar pela independência e contou a história de uma mulher que, após depositar o seu voto pela primeira vez, disse: “Agora posso morrer em paz, porque deixei uma pátria para os meus filhos”.

Em 30 de agosto de 1999, 78,5% dos timorenses que votaram no referendo escolheram a independência do país e, consequentemente, o fim da ocupação da Indonésia, que invadiu Timor-Leste em 7 de dezembro de 1975.

Com o resultado do referendo, a Indonésia abandonou Timor-Leste, com as milícias pró-indonésias a deixarem um rasto de horror e violência, tendo entrado a autoridade de transição das Nações Unidas, que geriu o país até à restauração da independência, em 20 de maio de 2002.

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