"Está previsto no início de maio a deslocação a Timor-Leste de uma equipa do Instituto Camões para negociar um novo programa para cinco anos", afirmou Manuela Bairros, explicando que a equipa deveria ter vindo em abril, mas que a viagem foi adiada devido à mudança de Governo em Portugal.
Manuela Bairos precisou, no entanto, que o "novo trabalho técnico já está a ser feito para saber quais são os desejos e prioridades do Governo timorense e quais são as mais-valias em Portugal para essas prioridades".
A diplomata portuguesa em Díli falava aos jornalistas no final de um encontro com o Presidente timorense, José Ramos-Horta, que realiza entre 20 e 28 de abril uma visita oficial a Portugal.
"A negociação em si deverá ser iniciada em maio e durar até ao outono, o mais tardar. Até porque há estabilidade em Timor-Leste do ponto de vista política e não prevejo necessidade de mais tempo", salientou.
A embaixadora de Portugal em Díli precisou também que "não haverá alterações revolucionária no próximo PEC [Programa Estratégico de Cooperação]", mantendo-se as prioridades da "educação, justiça, da comunicação social".
"Haverá algumas áreas novas a acrescentar, mas as nossas prioridades e as de Timor-Leste não se alteraram significativamente", disse, indicando que poderá ser dado ao programa uma "tónica para o emprego e juventude".
O último PEC assinado entre Portugal e Timor-Leste tinha um envelope indicativo de 70 milhões de euros para o período entre 2019 e 2023, com setores de intervenção prioritários na consolidação do Estado de Direito e Boa Governação, Educação, Formação e Cultura, desenvolvimento socioeconómico inclusivo.
Sobre a visita oficial de José Ramos-Horta a Portugal, Manuela Bairos disse que vai incluir encontros com as autoridades portuguesas e a comunidade timorense e a participação nas celebrações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril.