Proposta do Governo "não vai impedir protestos", avisam polícias

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15 mai, 2024 - 18:19 • Alexandre Abrantes Neves , Diogo Camilo e Lusa

MAI está a propor a sindicatos o fim do suplemento de risco e a criação de um suplemento de missão entre os 521 e os 730 euros. PSP e GNR diz que proposta "não honra a vida dos polícias" e que vai "dar chama para que polícias se mobilizem mais".

Os polícias dizem que a nova proposta do Governo “não vai impedir nenhum protesto” e ameaçam abandonar reuniões com a ministra da Administração Interna.

A Renascença sabe que Margarida Blasco aumentou a proposta de subsídio de risco, duplicando o valor apresentado na última reunião para uma componente mínima de 150 euros.

Um valor que Armando Ferreira, do Sindicato Nacional de Polícias, considera insuficiente: “Se a proposta do Governo for duplicar aquilo que apresentou na última reunião, de 75 para 150 euros, continuamos a considerar uma proposta que não honra a vida dos polícias”.

À entrada da reunião com a ministra, o responsável sindical ameaçou mesmo terminar o encontro caso a resposta não seja a que está à espera, que apresente um “sinal digno” e “valorize os profissionais de polícia”.

Paulo Santos, da Associação Sindical de Profissionais de Polícia, indica mesmo que o valor avançado pelo Governo esta quarta-feira “não vai impedir nenhum protesto”.

“Aliás, vai dar chama para que os polícias se mobilizem ainda mais. Alertava a ministra, e vou fazê-lo lá dentro se tiver oportunidade, que, com estes valores, estamos a alimentar a contestação dos polícias e de forma muito ilegítima”, indicou à entrada para a reunião com Margarida Blasco.

À porta, centenas de polícias concentraram-se na Praça do Comércio para contestar a proposta apresentada pelo Governo, com o apoio logístico do Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, que não tem direito a negociação com a tutela pelo reduzido número de associados.

Aumento de 600 euros ou novas manifestações. Polícias com posição de força antes de nova ronda negocial

Segundo a Agência Lusa, o Governo apresentou aos sindicatos a atribuição de um suplemento de missão entre os 521 e os 730 euros, com o fim do atual suplemento de risco.

Com esta proposta, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 14% da remuneração base do comandante da GNR, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os sargentos da GNR é de 12% e para os guardas 10%.

Na última reunião do MAI com sindicatos foi apresentada uma proposta para o suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR entre 365,13 e 625,94 euros.

Na semana passada, sindicatos da PSP e GNR estiveram reunidos para chegar a um consenso sobre a proposta a avançar ao Governo, pedindo um subsídio de risco no valor de 713 euros, com a extinção da atual taxa fixa de 100 euros.

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