Protesto paralisa acessos em Tbilisi contra lei dos agentes estrangeiros

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Os manifestantes, que exigem que o parlamento retire a nova lei, aprovada na véspera em segunda leitura, deslocaram-se da avenida Rustaveli para o cruzamento da praça dos Heróis e interromperam o trânsito em direção ao aeroporto, à estação ferroviária e a outras artérias cruciais.

Os detratores da polémica lei, que a equiparam à existente na Rússia, só permitiam a passagem de ambulâncias.

"Saiam dos carros! Devemos impedir que a Rússia tome o controlo da Geórgia! Não à lei russa!", gritaram os manifestantes aos condutores, muitos dos quais expressando o seu desconforto com estas ações, descreve a agência EFE.

Numa tentativa frustrada de desbloquear o trânsito, a polícia deteve uma dezena de manifestantes, segundo o canal de televisão Rustavi-2.

Kakha Kaladze, presidente da autarquia da capital e secretário-geral do partido no Governo, Sonho Georgiano, criticou que "os radicais pretendem desestabilizar" a cidade e devem responder perante a justiça.

O autarca e ex-futebolista do AC Milan sugeriu semelhanças entre o que está a acontecer na Geórgia e a revolta Euromaidan na Ucrânia em 2014, quando os opositores do então Presidente ucraniano, Viktor Yanukovych, acusaram-no de ser instrumentalizado por Moscovo e forçaram-no a fugir do país.

Nos dias anteriores, dezenas de milhares de manifestantes já se tinham reunido em frente do parlamento para protestar. Na terça-feira, a polícia dispersou a multidão com gás lacrimogéneo e balas de borracha e efetuou cerca de 60 detenções.

Se for aprovada, a lei exigirá que qualquer organização não-governamental ou entidade de comunicação social que receba mais de 20% do seu financiamento proveniente do exterior se registe como uma "organização que segue os interesses de uma potência estrangeira".

O Governo alega, por sua vez, que esta medida visa obrigar as organizações a demonstrarem maior transparência no que diz respeito ao seu financiamento.

Uma primeira versão do texto foi abandonada no ano passado, após protestos de rua em grande escala.

Entretanto, os jogadores de futebol da seleção georgiana, cujo prestígio cresceu consideravelmente após a qualificação para o Campeonato da Europa de 2024, juntaram-se aos protestos para apoiar as aspirações europeias do país.

"Não à Rússia! O caminho da Geórgia é em direção à Europa", escreveu no Instagram Giorgi Kochorashvili, do clube espanhol Levante, apoiado por Giorgi Chakvetadze, do britânico Watford, que exigiu "retirar-se a lei para regressar à normalidade".

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