PS à espera de resposta de Montenegro. "Se não apresentarem contraproposta, acabou"

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OE 2025

07 out, 2024 - 18:32 • Susana Madureira Martins

Socialistas ainda não receberam qualquer resposta à contraproposta que fizeram para o IRC e mostram-se incomodados por terem conhecimento das posições do Governo pela comunicação social.

"Nem formal, nem informalmente". O PS ainda não recebeu qualquer resposta do Governo na sequência da contraproposta que Pedro Nuno Santos apresentou na sexta-feira e que admite uma descida do IRC de apenas 1% o IRC este ano e recuperar o Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI).

Os socialistas revelam-se, de resto, incomodados por saberem pelos jornalistas que o Governo discorda desta proposta, sem, porém, terem sido contactados por elementos do executivo a dizer isso mesmo. "Não há encontros marcados, zero", diz um dirigente do PS à Renascença, que lamenta ainda: "Não sabemos de nada, sabemos tudo pela comunicação social".

Neste quadro, o mesmo dirigente socialista refere que "se eles [Governo] não apresentarem uma contraproposta, acabou". Ou seja, a margem negocial joga-se também com o calendário, tendo em conta que a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025)terá de ser, obrigatoriamente, entregue até quinta-feira.

Este domingo a Renascença dava conta que no Governo a porta para a negociação com o PS mantém-se aberta e isso mesmo ficou plasmado nocomunicado divulgado após o Conselho de Ministros desta segunda-feira que dava conta que a versão final do OE "aguarda apenas negociações em curso com o Partido Socialista".

Na direção nacional do PS o otimismo não abunda, mas admite-se que o Governo não se limite apenas a recusar a contraproposta sobre o IRC e que as negociações possam ser relançadas se Montenegro apresentar uma "proposta razoável, dentro das balizas que falámos", admite à Renascença o dirigente socialista já citado.

Os socialistas confiam que a proposta do crédito fiscal que apresentaram tem o apoio dos empresários e terá mesmo sido conversada entre a direção do PS e a CIP (Confederação Empresarial de Portugal) de quem terão o consenso que 1% de descida do IRC "não tem efeito nenhum", segundo apurou a Renascença.

É ainda descrito à Renascença que a relação de Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro já terá tido melhores dias, com um dirigente socialista a lamentar: "Trata-nos [Montenegro] mal em público e muito bem em privado".

"É chato fazer acordos e aparecer tudo na comunicação social", lamenta-se na direção do líder socialista, que critica ainda a quantidade de governantes que fizeram de "polícias maus" na reação à contraproposta do PS.

O PS tem já esta terça-feira à noite uma reunião do grupo parlamentar para afinar a estratégia para o OE, sendo que qualquer decisão terá sempre de passar por uma reunião da Comissão Política do partido que ainda não está marcada. O impasse mantém-se, com o calendário orçamental a apertar e sem qualquer resposta do Governo.

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