PSD acusa Governo de desnorte na saúde e PS admite dificuldades

8 meses atrás 113

Num debate fixado pelos sociais-democratas sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), toda a oposição fez um balanço negativo da atuação dos oito anos de Governo no PS nesta área e criticou a ausência do executivo no debate.

"O SNS é a garantia de que o Estado deve responder com eficácia e humanismo e prontidão às necessidades dos cidadãos, rejeito qualquer tentativa de uma saúde para ricos e uma saúde para pobres", defendeu o deputado do PSD Maló de Abreu, na abertura do debate.

O deputado social-democrata citou o socialista António Arnaut, considerado o pai do SNS, e acusou os executivos do PS de António Costa de terem deixado como marca na saúde "o desnorte, para não chamar desgoverno", dizendo que são factuais o aumento do número de portugueses sem médico de família em relação a 2015, a diminuição das consultas presenciais e o aumento das listas de espera.

"Uma vergonha, uma indignidade, contra factos não há argumentos, a situação da saúde em Portugal é muito, muito preocupante e assim continuará se os erros políticos dos últimos anos não forem rapidamente resolvidos", disse, considerando que tal só se fará com novos protagonistas.

Na resposta, a deputada do PS Joana Lima considerou que esta é uma boa altura para fazer balanços, mas recusou "desinformar os portugueses", insistindo que o Orçamento do Estado para este ano teve um investimento na saúde "como nunca houve outro igual" e houve um aumento de 150 mil profissionais de saúde nos últimos anos.

"Como somos realistas, estamos cientes que um SNS público, universal e tendencialmente gratuito perante situações epidémicas, enfrenta constrangimentos, como acontece em todas as partes do mundo que estejam a enfrentar um duro inverno", disse, citando notícias da Euronews que apontavam para grandes esperas em hospitais em Roma ou em Espanha.

O deputado e presidente da Iniciativa Liberal Rui Rocha aconselhou a deputada socialista a acompanhar menos a Euronews e mais as notícias portuguesas, acusando-a de trazer ao plenário as "PSnews" (notícias do PS).

"O PS conduziu o SNS foi a um acesso universal a listas de espera intermináveis", disse, lembrando que há exatamente um ano a IL apresentou uma moção de censura que tinha entre os fundamentos a degradação dos serviços públicos, chumbada pelo PS com a abstenção do PSD.

"Podíamos ter começado mais cedo a resolver os problemas de acesso à saúde", lamentou, apontando episódios recentes como o de crianças atendidas em parques de estacionamento perante urgências fechadas ou de uma idosa que morreu no hospital de Penafiel enquanto esperava por atendimento.

Pelo Chega, o líder André Ventura lamentou que o ministro Manuel Pizarro, que "todos os dias aparece na televisão a dizer que está tudo bem na saúde", hoje não tenha comparecido ao debate no parlamento, considerando que este setor "é a marca da vergonha do PS".

"Quem ouvisse hoje o PS a falar perguntaria: de que belo país estarão eles a falar aqui no parlamento? Era mesmo bom que fosse Portugal, mas não é", acusou, dizendo que se o SNS fosse tão bom como o PS diz não haveria médicos e enfermeiros a evitar concursos em hospitais públicos, nem filas de espera de mais de 17 horas em alguns locais.

Ventura acusou o Governo de apenas se preocupar com a nomeação de "mais de 300 boys e girls" para as novas Unidades Locais de Saúde e, aludindo ao caso do tratamento de duas gémeas em Santa Maria, disse que só "quem tem amigos ricos e poderosos não tem filas de espera".

À esquerda, o deputado do PCP João Dias questionou se "foi para deixar o SNS nestas condições que o PS quis maioria absoluta", mas deixou também críticas ao PSD.

"As políticas que o PSD tem adotado não são de defesa do SNS, votou contra a sua criação e no tempo da defunta AD tentou extinguir o SNS", acusou, argumento rejeitado pelos sociais-democratas, que contrapuseram que foram executivos do PSD que implementaram o SNS entre os anos 80 e 90.

A deputada do BE Isabel Pires concordou que o Governo do PS tem "responsabilidades absolutas" no estado a que o SNS chegou, mas questionou que mudanças pretende introduzir o PSD.

"O histórico que o PSD tem é que, quando a direita está no poder, os problemas também se agravam, com médicos, com enfermeiros", alertou.

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