Nos dois jogos da segunda noite dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, havia dois claros favoritos. Mesmo com uma fase de grupos sofrível, o PSG seria sempre favorito sobre a Real Sociedad, enquanto o Bayern Munique, apesar de já não mandar na Bundesliga, teria sempre mais armas que a Lazio de Roma. Nesta quarta-feira, só um desses favoritos confirmou o estatuto: no Parque dos Príncipes, o PSG venceu por 2-0 uma aguerrida formação basca; no Olímpico de Roma, os bávaros caíram aos pés dos “laziale” por 1-0, graças a um pé no sítio errado de Upamecano que conduziu a um penálti certeiro de Immobile.
Em Paris, já se sabe, vai desenrolando-se o maior “para onde é que ele vai” do futebol internacional. Kylian Mbappé ainda não anunciou se renova contrato ou se vai para o Real Madrid. Talvez dependa do que a equipa fizer na Champions, mas, durante mais de metade do jogo, a formação orientada por Luis Enrique não parecia ir a lado nenhum. “Culpa” de uma formação basca que já tinha impressionado na fase de grupos (qualificou-se em primeiro num grupo com Benfica e Inter), e que criou muitos problemas ao PSG – ouviram-se assobios no Parque dos Príncipes.
Num duelo com portugueses dos dois lados (Danilo Pereira e Vitinha titulares no PSG, André Silva a liderar o ataque dos bascos), os bascos só não foram eficazes na finalização. Conseguiram limitar o ataque dos parisienses e criaram uma dose generosa de oportunidades. André Silva teve algumas oportunidades para visar a baliza de Donnarumma, Mikel Merino acertou na trave no último minuto da primeira parte.
A segunda parte foi um assunto diferente. A sentirem a urgência de marcar, os parisienses conseguiram desbloquear o jogo aos 58’. Numa bola parada a partir da direita, Marquinhos desvia com a cabeça para a zona do segundo poste, onde estava Mbappé para encostar – foi o 31.º golo do francês ao 30.º jogo da temporada. Pouco depois, aos 64’, quase fez o 32. Mas o seu remate foi à trave.
Com o jogo desbloqueado, foi mais fácil para o PSG chegar ao segundo. Num contra-ataque rápido conduzido pela esquerda, a bola chegou ao jovem Bradley Barcola, que encarou sem medo o guardião Alex Remiro e fez o seu primeiro golo na Champions, dando outra tranquilidade na eliminatória ao PSG, mas não uma segurança a toda a prova para o jogo da segunda mão em San Sebastián a 5 de Março.
A queda bávara
Em Roma, a Lazio, que está longe de ser uma equipa de topo da Série A (está em 7.º), conseguiu abater por 1-0 um Bayern Munique em crise de identidade, graças a um golo de Ciro Immobile na conversão de um penálti. Foi uma vitória moralizadora para a equipa de Mauricio Sarri e a confirmação da crise para os homens de Thomas Tuchel. Já não bastava estarem na iminência de ficarem sem a Bundesliga (o Bayer Leverkusen, depois de vencer os bávaros, tem tudo para acabar com 11 anos de títulos), ainda correm o risco de saltarem da Champions, mas ainda é cedo para fazer o enterro – a segunda mão será no Allianz Arena a 5 de Março.
Com Raphael Guerreiro de regresso ao “onze”, o Bayern pareceu sempre mais perigoso, mas foi altamente perdulário, com uma tremenda falta de pontaria – não enquadrou um único remate com a baliza romana. Já os italianos, foram menos rematadores, mas foram mais eficazes e, sobretudo, não desperdiçaram a maior oportunidade que tiveram, num penálti que castigou uma falta de Upamecano sobre Isaksen – foi uma entrada de pitons para a frente sobre o pé do dinamarquês que conduziu, não apenas ao penálti, mas também à sua própria expulsão. Immobile, o capitão da Lazio, assumiu a responsabilidade e fez o golo.