Putin dará cidadania a estrangeiros que combaterem pela Rússia na Ucrânia

8 meses atrás 96

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, emitiu um decreto-lei esta quinta-feira que permite que cidadãos estrangeiros que lutam pelo país na Ucrânia obtenham a cidadania russa para si e para as suas famílias.

O decreto-lei estabelece que as pessoas que assinaram contratos durante a chamada "operação militar especial" na Ucrânia podem solicitar a obtenção de passaporte interno russo (documento de identidade obrigatório para todos os cidadãos russos residentes na Rússia com 14 anos ou mais) para si e para seus cônjuges, filhos e pais, noticia a Reuters.

Os elegíveis incluem pessoas que assinaram contratos com as forças armadas regulares ou outras "formações militares" – uma descrição que pode ser aplicada a grupos como a organização mercenária Wagner – e devem fornecer documentos que comprovem que se inscreveram durante, no mínimo, um ano.

A medida parece ter como objetivo criar incentivos adicionais para que estrangeiros com experiência militar se juntem aos combatentes russos na guerra da Ucrânia.

De recordar que, na quarta-feira, o Rússia Unida, o partido de Vladimir Putin, anunciou que está a recrutar "hooligans do futebol" para um "exército privado" para combater na Ucrânia, dizem os serviços de informações de Kyiv. 

De acordo com a Direção Principal de Informações do Ministério da Defesa da Ucrânia, citada pela imprensa internacional, o Rússia Unida tem estado a recrutar o seu próprio exército privado, através da empresa mercenária "Hispaniola". Alguns dos membros são "hooligans do futebol", que pertencem ao grupo militante russo Batalhão Vostok.

A "Hispaniola" foi assumida em 2023 pelo Rússia Unida, que a declarou com o estatuto de empresa militar privada e iniciou o recrutamento ativo, com fundos do próprio partido.

Moscovo não publica dados sobre o número de estrangeiros que lutam ao seu lado na Ucrânia. No entanto, a Reuters já noticiou anteriormente sobre cubanos que se alistaram no exército em troca de bónus equivalentes a mais de 100 vezes o salário médio mensal cubano, e três africanos recrutados por Wagner, dos quais dois foram mortos em combate.

Um relatório desclassificado da inteligência dos EUA avaliou que a guerra na Ucrânia custou à Rússia 315 mil soldados mortos e feridos, ou quase 90 por cento do pessoal que tinha quando o conflito começou, revelou à Reuters uma fonte familiarizada no mês passado.

A Rússia convocou mais 300.000 homens em setembro de 2022, na sua primeira mobilização desde a Segunda Guerra Mundial. Tem havido especulações persistentes de que poderia repetir a medida impopular, talvez depois das próximas eleições presidenciais em março, nas quais Putin deverá avançar para um novo mandato de seis anos.

Leia Também: Ucrânia reivindica ataque a posto de comando russo na Crimeia

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