“Quanto mais tempo se prolongar um regime de taxas de juro muito elevadas, maiores são os riscos de aqueles que estão em recessão poderem ver aprofundada das suas recessões de e aqueles que estão estagnados poderem ver a passagem para um estado de recessão”, disse Fernando Medina, à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro.
O ministro das Finanças defendeu hoje que, “quanto mais tempo” o Banco Central Europeu (BCE) prolongar as elevadas taxas de juro, “maiores são os riscos” de “a situação económica se deteriorar”, dado o contexto de redução da inflação.
“Creio que os sinais do abrandamento económico, da estagnação económica, que hoje é visível numa parte muito importante dos países europeus, são muito claros […], por isso, quanto mais tempo se prolongar um regime de taxas de juro muito elevadas, maiores são os riscos de aqueles que estão em recessão poderem ver aprofundada das suas recessões de e aqueles que estão estagnados poderem ver a passagem para um estado de recessão”, disse Fernando Medina, à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro e da União Europeia, na cidade belga de Gante.
Um dia depois de o Eurostat ter divulgado que a taxa de inflação homóloga abrandou, em janeiro, para os 2,8% na zona euro e desacelerou na União Europeia para os 3,1%, com Portugal a registar a oitava menor (2,5%), o governante indicou que “isto merece uma reflexão muito cuidada do BCE naquilo que deve ser a retoma de uma posição mais normal das taxas de juro, que é […] significativamente abaixo daquelas que são atualmente”.
“A inflação está a ser vencida, mas também já é reflexo do forte abrandamento económico que estamos a ver em vários dos países centrais da Europa. Quando a inflação cai, ela cai como reflexo do que é um abrandamento da procura sobre a oferta disponível que temos em determinado momento”, apontou.
Fernando Medina recordou o contexto em que “um país como a Alemanha [está] numa situação de recessão, de países de grande dimensão em situação de estagnação” e em que “um número significativo de países também, com níveis de crescimento baixo, exceto Portugal e Espanha, que têm pontuado com crescimentos económicos bastante acima dos outros países europeus”.