Quase 30 países em nova reunião de apoio a Kyiv organizada por Paris

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A Ucrânia, os estados-membros da União Europeia, os Estados Unidos e o Canadá estiveram representados, a maioria destes pelos respetivos ministros dos Negócios Estrangeiros ou pelos ministros da Defesa.

A reunião durou quase três horas, noticiou a agência France-Presse (AFP), que cita duas fontes diplomáticas europeias que não confirmaram se seria emitida uma declaração mais tarde.

Há uma "força coletiva e um sentimento de urgência de que devemos fazer mais, fazer melhor, fazer diferente pela Ucrânia", realçou uma fonte diplomática francesa pouco antes do início da reunião que decorreu por videoconferência.

Esta reunião seguiu-se à reunião internacional de apoio à Ucrânia que teve lugar em Paris em 26 de fevereiro, por iniciativa do Presidente francês Emmanuel Macron.

Os países concordaram avançar em oito projetos: munições, princípios de 'limpeza' das reservas de munições, cibersegurança, proteção de fronteiras, proteção de estados vulneráveis, desminagem, produção industrial local na Ucrânia e a "9.ª coligação" sobre mísseis.

"É uma reunião de trabalho que se insere na dinâmica criada pela conferência de 26 de fevereiro para operacionalizar estes assuntos", destacou a fonte diplomática francesa, que sugeriu que não haveria comunicado no final por questões de confidencialidade e segurança.

Outra fonte diplomática, no entanto, reconheceu o trabalho educativo necessário a ser realizado junto da opinião pública dos países ocidentais para não perder o seu apoio, num momento em que a Rússia é acusada de desinformação visando em particular a França.

"Há um trabalho explicativo muito importante a ser feito sobre as consequências que isto [a guerra na Ucrânia e uma potencial derrota de Kiev] provoca em termos de segurança, consequências em termos do mercado agrícola, consequências migratórias e outras", explicou a mesma fonte, acreditando que a opinião pública se encontra num "ponto de viragem".

Entre os participantes, estiveram os ministros dos Negócios Estrangeiros ucranianos, Dmytro Kuleba, e o ministro da Defesa, Roustem Oumerov, o chefe da diplomacia polaca, o ministro da Defesa italiano, enquanto a Alemanha foi representada por um secretário de Estado, segundo a mesma fonte.

Emmanuel Macron colocou a Ucrânia no centro do debate político nacional e europeu desde que afirmou, em 26 de fevereiro, que o envio de tropas terrestres para a Ucrânia não deveria "ser excluído", em nome de uma "ambiguidade estratégica" e que tudo seria feito para garantir que a Rússia de Vladimir Putin perca esta guerra.

Num artigo publicado hoje no jornal Le Monde, o chefe da diplomacia ucraniana recorda que "a Ucrânia nunca solicitou o envio de tropas estrangeiras para lutar ao seu lado".

Mas deplorou "as múltiplas declarações precipitadas para afastar o cenário de envio de tropas para a Ucrânia" que, segundo ele, são um golpe para a segurança europeia.

"Não se enganem: Putin sentiu que a guerra inspirava um medo primordial nos europeus e tomou nota disso", observou.

A França tem insistido há meses na necessidade de redobrar os seus esforços no que diz respeito ao apoio à Ucrânia para derrotar a Rússia.

Além da Ucrânia, Paris pretende apoiar os países da Europa Central e Oriental enfraquecidos por este conflito.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Stéphane Séjourné, desloca-se esta sexta-feira à capital da Lituânia, Vilnius, para um encontro com os seus homólogos dos países bálticos e também com Dmytro Kuleba.

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