Quase todos os embaixadores europeus, incluindo embaixadora portuguesa participaram no funeral de Alexei Navalny

6 meses atrás 64

João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, considerou este sábado “impressionante o número de cidadãos russos que desafiaram a ditadura de Putin” e prestaram um último tributo ao opositor do regime Alexei Navalny, morto em circunstâncias ainda pouco claras. 

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, considerou este sábado impressionante o número de pessoas que “desafiaram a ditadura de Putin” e assistiram na sexta-feira ao funeral do opositor russo, Alexei Navalny.

“Foi impressionante o número de cidadãos russos que desafiaram a ditadura de Putin e marcaram presença no enterro de Alexei Navalny. A embaixadora de Portugal esteve presente, juntamente com quase todos os embaixadores europeus”, escreveu Gomes Cravinho, na rede social X (ex-Twitter).

O ministro partilha a publicação, também na rede X, da embaixada de Portugal em Moscovo, em que se anunciou que a diplomata Madalena Fischer esteve com “os embaixadores de países da União Europeia e milhares de cidadãos russos que ontem (sexta-feira) depositaram flores na campa de Alexei Navalny, numa derradeira homenagem à memória do político russo”.

A publicação é acompanhada por uma fotografia da campa de Navalny, com a imagem do opositor, falecido no dia 16 de fevereiro na prisão, e uma cruz, coberta de flores.

Milhares de pessoas desafiaram as autoridades russas e concentraram-se junto à igreja de Moscovo para assistir ao funeral do ativista Alexei Navalny, apesar dos avisos de que não serão permitidas manifestações ilegais.

Crítico declarado do regime do presidente russo, Vladimir Putin, e carismático defensor da luta contra a corrupção, Navalny morreu aos 47 anos em circunstâncias ainda pouco claras. Os serviços prisionais disseram que sofreu um colapso súbito após uma caminhada na colónia penal do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos por extremismo e a certidão de óbito menciona causa natural.

Os seus associados, a viúva Yulia Navalnaia e muitos líderes ocidentais acusam Putin de ser o responsável pela morte de Navalny. A Presidência russa negou tais acusações.

Centenas de russos continuam este sábado a dirigir-se ao cemitério de Borissovo, no sudeste de Moscovo, para depositar flores na campa de Alexei Navalny, que foi enterrado esta sexta-feira. No local, a polícia mantém em operação um detetor de metais e revista cuidadosamente todos os visitantes.

Segundo testemunhos locais recolhidos pela agência espanhol Efe, é proibido entrar no cemitério com comida ou bebidas, mas a presença policial é hoje muito menor do que ontem. “As pessoas podem entrar sem grandes obstáculos. O ambiente é muito calmo”, disseram.

A organização OVD-Info, que monitoriza os direitos dos detidos, informou hoje que mais de uma centena de pessoas foram detidas em 20 cidades russas durante o funeral do líder da oposição.

Embora o funeral de Navalny tenha decorrido em Moscovo, o maior número de detenções ocorreu nas cidades siberianas de Novosibirsk e Omsk, onde 35 pessoas foram levadas para instalações policiais.

Na capital russa foram detidas 14 pessoas, enquanto na capital dos Urais, Yekaterimburgo, considerada a cidade mais liberal do país, o mesmo ocorreu com cerca de uma dezena de pessoas.

As cerimónias fúnebres em Moscovo decorreram sem incidentes, tanto na igreja de Marino, local do velório, como no cemitério de Borissovo.

A mãe de Alexei Navlany confirmou que escolheu esta igreja porque Navalny, um crente confesso, costumava ir ali à missa, tendo também batizado o seu filho Zajar naquele local.

O cemitério de Borissovo, situado no sudeste de Moscovo, teve de fechar e reabrir as portas várias vezes na sexta-feira devido ao grande número de pessoas que quiseram despedir-se do líder da oposição.

Ler artigo completo