Quatro em oito: o ADN Barça nos treinadores ainda na Liga dos Campeões

6 meses atrás 85

Quartos de final da Liga dos Campeões, a reta final de uma das maiores e mais conceituadas provas do mundo. Entre os oito melhores clubes da Europa, eleitos pelo mérito de chegar a esta fase adiantada, há um dado estatístico que salta à vista: 50 por cento dos treinadores ainda em competição têm carimbo FC Barcelona.

Xavi, Pep Guardiola, Luis Enrique e Mikel Arteta. Todos vestiram a camisola blaugrana. A sorte de brilhar pela equipa principal e ocupar a cadeira mágica do Camp Nou não sorriu a todos — Arteta foi a «ovelha negra» —, mas todos aproveitaram para beber das ideias de Rinus Michels, Johan Cruyff e... Pep Guardiola.

Guardiola como capitão do FC Barcelona

Apesar das diferenças, inerentes a cada cultura, clube e plantel, há uma vontade, um ideal imprescindível e inegociável, que assemelha estes quatro treinadores e as suas atuais equipa.

O futebol rendilhado, construído pela imensidão de passes curtos, oportunos e pacientes, famoso tiki-taka que atingiu o seu auge em Barcelona pelas redondezas de 2010, serve de exemplo-mor para os quatro espanhóis. Não é preciso ir longe para comprovar: quatro das cinco equipas com maior percentagem de posse de bola nesta edição da Liga dos Campeões são orientadas pelos sujeitos já referidos: só o Bayern, em terceiro, foge à regra.

Mais golos, mais bola, mais futebol

Analisemos mais a fundo cada um dos casos e comecemos, inevitavelmente, pelo atual detentor da prova: o Manchester City, liderado pelo técnico com mais créditos da lista, é, provavelmente, a equipa que mais se encaixa «naquele» FC Barcelona — pudera, o cérebro por trás da máquina é o mesmo (e mais experiente). Os ingleses têm a maior percentagem de posse de bola, de passes acertados e de golos marcados na prova milionária.

Manchester City e Arsenal empataram a zeros no último jogo entre ambos @Getty /

O cenário só não é igual na Premier League por causa do… Arsenal. Os gunners, longe dos números semelhantes de posse ou de passes, são o melhor ataque do campeonato inglês, com 74 golos em 31 jogos. Além disso, são líderes, à frente de Manchester City e Liverpool.

O Paris SG é, dos quatro, o caso menos surpreendente. A nível interno, são os primeiros nos três critérios anteriormente mencionados: o título, apesar do empate no passado fim de semana diante do último classificado, é uma questão de tempo.

Por fim, o clube que criou a obra: o FC Barcelona. O campeonato dificilmente foge aos grandes rivais — oito pontos de avanço com oito jogos por disputar. Contudo, os números não são necessariamente negativos. Apesar de periclitante segundo terço de época, a formação da Catalunha detém a maior percentagem de posse de bola, o maior número de grandes ocasiões criadas e o terceiro melhor ataque, com menos cinco motivos para festejar que o primeiro.

À meia-final, no máximo, chegarão três destes treinadores — um Paris SG-FC Barcelona nos quartos de final impede qualquer possibilidade de pleno na última ronda antes da grande final.

Esta mentalidade, enraizada no ADN culé, não é condição sine qua non para o sucesso. É falível, como já visto no relvado várias vezes e como todas as formas de jogar são. Contudo, não deixa de ser um dado tão interessante quanto assinalável e a prova que o FC Barcelona é, efetivamente, més que un club.

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