Queixas nos transportes. "Se houver um atraso, faz logo mossa"

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Reportagem

19 jun, 2024 - 10:58 • João Cunha

Estão a aumentar as queixas com os serviços de transportes de passageiros. Entre elas, por atrasos e não cumprimento de horários. No ano passado, e de acordo com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, foram quase 30 mil - um número recorde.

Há meses que usa, todas as semanas, a Rede Nacional de Expressos, para vir de Mondim de Basto para Lisboa, e vice-versa. As queixas são muitas.

"Internet, nem sempre. Casa de banho também não. E às vezes vendem mais bilhetes do que os lugares disponíveis, o que gera confusão", diz Vanessa Rocha. Colega de curso, Sofia Paris também está no terminal rodoviário de Sete Rios, à espera do autocarro que a vai levar até Viana do Castelo. Para esta futura engenheira química, o maior problema - mas não o único - são os atrasos.

“Já apanhei um atraso de meia hora, o que é muito chato. Muitas vezes vendem mais lugares do que há. O autocarro encurta. E só pagando se consegue aceder à casa de banho a bordo", diz à Renascença.

Para Francisco Monteiro, militar em serviço em Lisboa que usa a ligação de oito horas de Lisboa a Miranda do Douro quase todas as semanas, não há grandes queixas, a não ser ter de pagar pela utilização da casa de banho, tanto nos terminais como no autocarro.

Pior, diz, é o que já aconteceu com alguns camaradas, que, numa paragem de 15 minutos da Flixbus numa estação de serviço, se viram sem bagagem e sem transporte, porque afinal a paragem foi de apenas cinco minutos, sem aviso prévio aos passageiros, que lá ficaram numa estação de serviço numa qualquer autoestrada.

Já na Gare do Oriente, Ana Laura Silva espera por um autocarro da Carris, depois de ali ter chegado vinda da linha ferroviária de Sintra. O não cumprimento de horários, diz, é a origem de todos os problemas.

"É uma linha com muitos utentes, e são cada vez mais. Cumprindo os horários, a coisa vai correndo... Mas se, efetivamente, houver um atraso, faz logo mossa".

Também utente da CP, José Santos aponta o dedo às sucessivas greves.

"Do que eu sei, há vários sindicatos, que puxam cada um a brasa à sua sardinha. E quem sofre é o mexilhão. Acho que no topo deve estar no topo. A CP é a que lidera as reclamações. Quem dera que fosse a única", desabafa.

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