Quem perdoa assim são os Santos...

9 meses atrás 62

Em parte, pareceu o Benfica da época passada passada, mas depois surgiu o desta temporada, perdulário como nunca na frente da baliza e as oportunidades desperdiçadas foram exasperantes. No final, o Farense e o muro Ricardo Velho travaram o campeão e conseguiram o empate por 1-1.

Apesar do empate (0-0) na última jornada, Roger Schmidt mostrava-se confiante e fazia apenas uma alteração no onze titular, com a entrada de Kokçu para o lugar que pertencia a Florentino Luís. Do outro lado, José Mota apresentava exatamente o mesmo onze inicial que, na última jornada, havia perdido na receção ao Vitória SC (1-2).

Quase quase o mesmo Benfica...

Os adeptos benfiquistas desesperavam por uma reação da equipa para este jogo e foi isso mesmo que tiveram. Os encarnados entraram bem, com os laterais a dar profundidade e largura, especialmente na direita, com Aursnes - Morato mais limitado nas ações, mas bem posicionalmente .-, o que permitiu aos avançados terem espaço para aparecer em zonas interiores e fazer as permutas posicionais que tanto encantavam na época passada. 

Nos últimos sete jogos do 🔴Benfica, as águias só por uma vez chegaram em vantagem ao intervalo: vs 🇮🇹Inter [3-0].

🚨Em provas nacionais, é o 3.º jogo consecutivo, dos 🔴encarnados na Luz, sem marcar na 1.ª parte: Farense, Famalicão e Sporting pic.twitter.com/cvrjM4ocJA

— Playmaker (@playmaker_PT) December 8, 2023

Perante isto, Di María e Rafa iam enchendo o campo. O argentino continuava em apoiar defensivamente e deixava essa missão para o português, mas ia encantando no ataque, tanto nas suas diagonais - obrigou Ricardo Velho a grande defesa, aos 38' - como no capítulo do passe, onde era claramente o mais atrevido das águias. Rafa, por sua vez, trabalhava imenso na frente e nunca no mesmo setor ou corredor, o que ia causando dificuldades aos algarvios e permitindo a criação de uma série de oportunidades. De resto, o avançado luso foi quem teve as melhores ocasiões, mas foi perdulário e Velho brilhou.

Do outro lado, o Farense vinha com a lição estudada. Embora defendendo em bloco baixo, era assertivo e eficaz na transição, usando Matteus Oliveira como pivot ofensivo para fazer jogar a equipa, com e sem bola, e explorando bem o espaço dado pelos alas do Benfica, que davam mais espaço nas suas costas, fruto de estarem mais ofensivos. Os algarvios ainda assustaram, a espaços e até testaram Trubin - quase sempre na meia distância -, mas o Benfica parecia ter este risco, até ver, calculado.

O Benfica, no entanto, era claramente a melhor equipa e ia fazendo lembrar o Benfica da época passada no que à intensidade diz respeito. A grande diferença estava na eficácia, bem abaixo do desejado e esperado do campeão nacional, com o lance onde tal ficou mais evidente a acontecer aos 29', numa transição rápida exímia, conduzida por Di María e Rafa, onde Tengstedt, com tudo para marcar, permitiu a defesa de Velho. No minuto seguinte, Otamendi, num canto, atirou ao poste e o público da Luz sentia a atitude da equipa, mas também sentiu a ineficácia que se verificou até ao intervalo.

Não dava para mais

Era preciso um Benfica com a mesma intensidade, mas bem menos perdulário para retirar algo deste jogo e os primeiros minutos da 2ª parte denotaram que a intensidade estava lá...mas o lado perdulário também e Rafa teve duas grandes ocasiões nos primeiros minutos, para Ricardo Velho continuar a brilhar. O Farense estava à espreita e completamente contra a corrente do jogo chegou ao golo aos 51', na sequência de um canto, por Cláudio Falcão, gelando uma Luz que estava cada vez mais ansiosa. Quem não marca...

Os comandados de Roger Schmidt sentiram claramente o golo sofrido, perdendo-se o dinamismo que se via até então, com uma clara diminuição das permutas entre avançados e uma insistência em Di María, que ia acusando o cansaço. Roger Schmidt tentou reagir e aos 64' colocou Gonçalo Guedes e Musa, retirando Tengstedt e João Neves, mas o que se assistiu na Luz foi de cortar a faca. Assobiadela monumental, lenços brancos, seguranças a acalmar adeptos e objetos arremessados na direção do treinador alemão. A Luz já estava para lá de nervosa com a situação do clube, no jogo e na época.

lFarense foi super eficaz @Kapta+

Apesar desse momento agressivo entre bancadas e equipa, a verdade é que a equipa reagiu bem à verticalidade de Musa e Gonçalo Guedes e foi explorando a sua profundidade, o que fez os alas algarvios fechar mais junto aos centrais. Ora, isso deu espaço a novas subidas de Aursnes pela direita e isso fez a diferença, com o norueguês a assistir, aos 71', para o tão desejado golo de Rafa.

O ímpeto do jogo voltava a mudar e o Benfica balanceava-se por completo para a frente para os últimos 20 minutos. O Farense estava completamente encostado às cordas e via Di María fazer todas as engrenagens rodar. A carne foi toda colada no assador com a entrada de Arthur Cabral perto do fim e não faltaram oportunidades para a vitória, mas o desespero aparecia com cada remate parado por Velho ou ao lado e o empate, o 3º seguido, foi o melhor que o Benfica retirou de um mar de desperdício.

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