"A Igreja proporcionar visibilidade aos políticos é meter-se devidamente"

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O bispo Américo Aguiar vai encontrar-se com os candidatos do círculo de Setúbal às eleições de março. Defendendo o envolvimento da Igreja na política, o cardeal diz estar "convencido que é fundamental que a igreja tenha presença e pronunciamento porque a política é o Governo da coisa pública".

Em entrevista à RTP, diz que as decisões não podem estar alheias à "sensibilidade e leitura cristã, católica, ou de outra religião". 

Contudo, defende que a Igreja não se deve meter "nas questões partidárias". 

"A igreja em Portugal, desde o 25 de Abril tomou a decisão que eu acho corretíssima de não ter partidos católicos mas defendemos a presença de católicos nos partidos", afirmou.  

"A Igreja proporcionar visibilidade aos políticos é meter-se devidamente na politica", acrescentou. 

Note-se que os candidatos do círculo de Setúbal às eleições de março têm sido convidados por Américo Aguiar para almoçar no Paço Episcopal de Setúbal para falar sobre o distrito. 

Na mesma entrevista, o cardeal criticou o modelo dos debates que disse serem curtos e "longe da realidade do cidadão eleitor". Mais ainda, disse não entender os níveis de abstenção e que "abster-se é pecado certamente".

JMJ dará mais de 20 milhões de lucro

Quanto às contas (certas) sobre a Jornada Mundial da Juventude, Américo Aguiar diz que "deu lucro", atirando que isso é um "problema" em Portugal. 

"Vai ultrapassar os 20 milhões", asseverou, frisando que do valor muito se deveu às inscrições e voluntariado, apoios das empresas e ao Estado. 

Por fim, sobre os escândalo dos abusos sexuais da Igreja, Américo Aguiar disse-se contente com o caminho feito e que "as vítimas estão colocadas no lugar que devem". 

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