"A justiça é demasiado importante para ser sempre atropelada"

8 meses atrás 74

O Bloco de Esquerda uniu-se aos trabalhadores da Justiça que estão hoje em protesto, em Lisboa. A coordenadora do partido, Mariana Mortágua, começou por afirmar, em declarações aos jornalistas, que "não é possível continuar a dizer que queremos justiça célere e depois ter funcionários judiciais mal pagos, a quem é prometido um estatuto que não é cumprido"

A bloquista salientou que a sua presença no protesto é para provar a estes funcionários que "ainda há quem respeite o seu trabalho".

"A justiça é demasiado importante para ser sempre atropelada", disse, desafiando-se a hoje falar "da justiça de uma forma que nunca é falada: pelos seus trabalhadores".

Mariana Mortágua questionou o salário destes profissionais, inquirindo como pode alguém que ganha pouco mais de 800 euros "viver a sua vida" e lembrou ainda que o desagrado tem feito com que a justiça tenha perdido trabalhadores, "sobrecarregando ainda mais os que ficam".

Para resolver o problema, defende "um estatuto que respeite a sua experiência".

"[Isto] quer dizer que há um subsidio por recuperação processual que tem de ser integrado no seu salário,  que tem de ser descontado para a segurança social. As horas extraordinárias têm de ser pagas, mas também quer dizer que os trabalhadores não podem trabalhar dezenas, centenas de horas extraordinárias como tantos outro que suportam o sistema publica", disse.

Acusando o Governo de ter deixado "degradar" serviços como a justiça, saúde e educação, a coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu que "justiça de qualidade significa funcionários e oficiais de justiça bem pagos e respeitados".

Os funcionários judiciais realizam hoje uma concentração no Campus de Justiça, em Lisboa, num protesto por melhores condições de trabalho e de carreira que coincide com uma greve ao período da manhã.

Em declarações à agência Lusa, António Marçal, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), que convocou o protesto, esclareceu que estão em curso greves entre as 09h00 e as 12h30 de segunda, terça e quintas-feiras com serviços mínimos e greves às manhãs de quartas e sextas-feiras sem serviços mínimos.

Estas greves em vigor ao período da manhã decorrem ao mesmo tempo de uma greve por tempo indeterminado às horas extraordinárias, que abrange a hora de almoço e das 17h00 até às 09h00 do dia seguinte.

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