"Ameaça". Venezuela envia 5.600 soldados para fronteira com Guiana

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"Ordenei a ativação de uma ação conjunta de todas as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (Venezuelanas) nas Caraíbas Orientais, na costa atlântica, em resposta à provocação e à ameaça do Reino Unido contra a paz e a soberania do nosso país", declarou o Presidente Nicolás Maduro.

Durante a emissão, Maduro mostrou imagens de navios de guerra e aviões de combate em patrulha.

Segundo Maduro, a primeira fase dos exercícios militares venezuelanos inclui 5.682 combatentes com patrulhas aviões de combate F-16 e Sukhoi.

A Venezuela, afirmou em comunicado o Ministério de Relações Exteriores, "rejeita de maneira categórica a chegada do navio HMS Trent, da Marinha Britânica às costas da Guiana, o que constitui um ato de provocação hostil e uma violação da recente Declaração de Argyle [São Vicente e Granadinas], assumida como um plano para resolver a disputa territorial sobre a Guiana Essequiba".

Caracas explica que "a presença do navio militar é extremamente grave, uma vez que é acompanhada de declarações de porta-vozes políticos e militares de quem serviu como antigo despojador da Guiana de Essequiba, e que insiste em imiscuir-se no diferendo".

"Estas declarações têm também estado sincronizadas com ações do Comando Sul dos EUA, o que constitui claramente uma ameaça direta à paz e à estabilidade na região", sublinha.

No documento, "a Venezuela insta as autoridades guianenses a manterem a paz e a estabilidade na região" e a "tomarem ações imediatas para a retirada do navio HMS Trent, abstendo-se de continuar a envolver as potências militares na disputa territorial".

Caracas "adverte igualmente" a Comunidade das Caraíbas (CARICOM) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC) "que estas ações são contrárias ao espírito de paz e entendimento" com que participou recentemente numa reunião em São Vicente e Granadinas, "à qual deve regressar-se imediatamente e prosseguir na via do diálogo direto entre as partes".

A Venezuela conclui o comunicado afirmando que "se reserva todas as ações, no quadro da sua Constituição e do Direito Internacional, para defender a integridade marítima e territorial da pátria".

A imprensa venezuelana divulgou, no sábado, uma notícia da BBC dando conta que o Reino Unido preparava o envio de um navio de guerra para a Guiana, num gesto de apoio à antiga colónia britânica e para exercícios militares conjuntos, depois do Natal.

Em 14 de dezembro, a Guiana e a Venezuela chegaram a acordo para não usar a força para resolver o diferendo sobre a região de Essequibo e usar o diálogo para reduzir as tensões bilaterais.

O anúncio foi feito numa conferência de imprensa em que foi lido um comunicado sobre os acordos alcançados pelos Presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Alí, durante um encontro em São Vicente e Granadinas.

O acordo define que ambos países "direta ou indiretamente, não se ameaçarão nem utilizarão a força, mutuamente, em nenhuma circunstância, incluindo as derivadas de qualquer diferendo entre ambos os Estados".

Os países "acordaram que qualquer litígio" entre ambos "será resolvido em conformidade com o Direito Internacional".

A região de Essequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como "zona em reclamação", está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra.

Com cerca de 160 mil quilómetros quadrados, Essequibo é rico em petróleo, representa mais de dois terços do território da Guiana e abriga cerca de um quinto da sua população, ou cerca de 125 mil pessoas.

A reivindicação da Venezuela tornou-se mais premente desde que a ExxonMobil descobriu petróleo em Essequibo, em 2015, tendo a tensão aumentado desde então.

Para a Venezuela, o rio Essequibo devia ser a fronteira natural, como era em 1777, durante a época do império espanhol. A Guiana argumenta que a fronteira, que remonta à era colonial britânica, foi ratificada em 1899 por um tribunal arbitral em Paris.

Entretanto, a Guiana autorizou já oito empresas petrolíferas estrangeiras a explorar jazidas petrolíferas em águas reclamadas pela Venezuela.

Em 03 de dezembro, a Venezuela realizou um referendo consultivo em que mais de 95% dos eleitores que participaram votaram a favor das intensões dos Governo de anexar Essequibo aos mapas venezuelanos.

Entretanto, o Presidente venezuelano assinou seis decretos para recuperar Essequibo.

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