"Aqueles que sugerem um conflito congelado estão a ajudar Putin"

8 meses atrás 70

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitry Kuleba, afirmou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não quer "a paz" e que aqueles que sugerem um conflito congelado "estão, na realidade, a ajudar" o chefe de Estado russo. 

Esta posição foi partilhada por Kuleba numa entrevista ao diário espanhol El País, publicada esta segunda-feira, após ser interrogado sobre as alegadas intenções da Rússia em congelar o conflito.

"Putin não quer um conflito congelado, nem a paz. Aqueles que sugerem um conflito congelado, argumentando que estão a agir no melhor interesse da Ucrânia e do mundo, estão na realidade a ajudar Putin e a ignorar o que é a Rússia de hoje", afirmou.

"Entre 2014 e 2022, realizámos quase 200 rondas de conversações com a Rússia, já era um conflito congelado de facto. Tentámos. Anunciámos e estabelecemos 20 cessar-fogos, todos eles quebrados pela Rússia, e as negociações intermináveis terminaram com a invasão em grande escala de Putin", acrescentou.

Para o diplomata, esta é uma guerra em que "a Ucrânia tem de ganhar" e a Rússia "tem de perder". 

"Há guerras que são a preto e branco, em que um lado tem de ganhar e o outro tem de perder. E a agressão russa contra a Ucrânia é esse tipo de guerra. A Ucrânia tem de ganhar. A Rússia tem de perder. E todo o pensamento político deve centrar-se na consecução deste objetivo", precisou.

Interrogado sobre se alguns dos aliados de Kyiv sugeriu congelar o conflito, Kuleba negou. "Isso não está em cima da mesa. Os nossos aliados não nos pediram para negociar com a Rússia o congelamento da guerra, quer quando nos sentámos com as delegações, quer em reuniões à porta fechada num formato reduzido. Isto não é algo que alguém se atreva a pôr em cima da mesa como opção. Tudo o resto não passa de ruído", rematou.

Recorde-se que a ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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