"Branquear" Arménia? Azerbaijão condena "acusações infundadas" de Borrell

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Na terça-feira, o Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança apelou a um desanuviamento das tensões na região e criticou a resposta "desproporcionada" do Azerbaijão aos "deploráveis" tiros disparados um dia antes a partir de território arménio.

Josep Borrell lamentou que Baku "tenha ignorado o anúncio de Erevan de que o incidente seria investigado".

Numa reação às declarações do representante do bloco europeu, o Ministério dos Negócios Estrangeiros azeri sublinhou hoje que a Arménia "cometeu um ato de agressão armada" e argumentou que Borrell está "a fechar os olhos a uma provocação militar". 

"Infelizmente, a UE rejeita o facto de um militar azeri ter sido ferido num ataque não provocado por um atirador furtivo, após cinco meses de uma situação estável. A resposta do Azerbaijão a esta provocação foi inteiramente adequada e local. Estas medidas de resposta também impediram a Arménia de expandir a sua escalada militar", declarou a diplomacia do Azerbaijão, num comunicado.

Nesse sentido, sublinhou que a "proposta" de Borrell de "distanciar as forças" é algo que "não tem qualquer significado prático" e afirmou que "a UE deve ter em conta o facto de os mercenários destacados pela Arménia nas regiões fronteiriças, com o apoio de Bruxelas, colocarem em perigo a vida de militares e civis azeris".

Baku também descreveu como "inaceitáveis" as referências de Borrell às "pessoas deslocadas na região de Nagorno-Karabakh", na sequência da última ofensiva militar do Azerbaijão na zona, que resultou, em setembro, na reintegração do território após quase três décadas sob o controlo dos separatistas arménios apoiados por Erevan.

"É inaceitável referir-se aos residentes de etnia arménia que abandonaram voluntariamente a região económica azeri de Karabakh como pessoas deslocadas e utilizar termos inexistentes como Nagorno-Karabakh para se referir a esta região, que é um território do Azerbaijão", afirmou a mesma fonte.

A UE, prosseguiu o ministério, "está perfeitamente ciente" de que o Governo azeri pediu repetidamente aos residentes arménios que permanecessem nas suas casas, pelo que "é evidente" que Borrell "está sob a influência da propaganda arménia sobre este caso".

O Governo azeri salientou ainda "lamentar" que, apesar das iniciativas do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o chefe da diplomacia europeia "tome uma posição unilateral pró-arménia que cria deliberadamente um impasse entre o Azerbaijão e as instituições da UE, isolando-se do processo de normalização entre o Azerbaijão e a Arménia".

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