"Culpa não é vossa". Mãe de refém morto pelas IDF mostra apoio às tropas

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A mãe de um dos reféns israelitas mortos por engano pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) expressou, na quarta-feira, solidariedade para com os soldados envolvidos no assassinato do filho, que foi encarado como uma ameaça.

Yotam Haim, de 28 anos, foi morto com os reféns Samer Talalka, de 22 anos, e Alon Shamriz, de 26 anos, depois de terem sido erroneamente identificados como uma ameaça, ao surgirem perante as IDF no decorrer de uma operação de resgate em Shujaiya, um bairro nos arredores da cidade de Gaza.

"Sou a mãe do Yotam. Quero dizer-vos que vos amo muito, e estou a abraçar-vos daqui. Sei que tudo o que aconteceu não é, de modo algum, culpa vossa, e não é culpa de ninguém, exceto do Hamas; que o seu nome seja eliminado e a sua memória apagada da terra", disse Iris Haim, citada pelo The Times of Israel.

A mulher apelou ainda a que os soldados tomem conta de si próprios, uma vez que estão "a fazer a melhor coisa do mundo".

"Quero que tomem conta de vocês mesmos e que pensem a toda a hora que estão a fazer a melhor coisa do mundo, a melhor coisa que poderia acontecer, que poderia ajudar-nos. Porque o povo de Israel e todos nós precisamos de vocês saudáveis. Não hesitem por um segundo se virem um terrorista. Não pensem que mataram um refém deliberadamente. Têm de cuidar de vocês, porque só assim podem cuidar de nós", explicou.

A mãe de Yotam apontou também que, "à primeira oportunidade", os soldados estão convidados para visitar a família do jovem.

"Queremos ver-vos com os nossos próprios olhos, abraçar-vos e dizer-vos que o que fizeram – por mais difícil e triste que seja dizer isto – foi a coisa certa a fazer naquele momento. E ninguém vos vai julgar ou ficar zangado. Não eu, nem o meu marido Raviv. Não minha filha Noya. E não Yotam, que sua memória seja abençoada. E não Tuval, irmão de Yotam. Nós amamo-vos muito", rematou.

O incidente está a ser investigado pelas forças israelitas que, até ao momento, revelaram que um dos reféns foi gravado a gritar por socorro durante uma batalha entre as IDF e o Hamas.

É que, no dia 10 de dezembro, tropas da brigada Golani combateram com militantes do Hamas, que estavam abrigados num edifício. No decorrer do confronto, um cão da unidade Oketz entrou no local onde, segundo as IDF, estavam os reféns. O animal foi morto pelos membros do Hamas que, por seu turno, foram assassinados por soldados da brigada Golani, permitindo que Yotam, Samer e Alon escapassem. Foi a câmara instalada no equipamento do animal que captou os gritos de socorro de um dos reféns, aparentemente Alon. Estas imagens foram descobertas apenas no dia 18 de dezembro, depois de o corpo do cão ter sido recuperado.

Reféns mortos seguravam bandeira branca. Foram vistos como "terroristas"

Os reféns terão sido mortos a alguns metros de um prédio onde estava escrito 'SOS'.

Notícias ao Minuto | 13:20 - 16/12/2023

De notar que os três reféns aproximaram-se dos soldados sem camisa e de mãos no ar, empunhando uma bandeira branca improvisada. Tinham, também, um sinal a pedir socorro, além de terem escrito "três reféns, ajuda" num outro edifício. Ainda assim, as forças israelitas dispararam sobre os jovens, dois dos quais tiveram morte imediata. Yotam terá conseguido fugir, mas também ele foi morto pelas IDF, apesar de o comandante daquele batalhão ter pedido para os soldados não dispararem.

A investigação determinou ainda que o soldado que matou Samer e Alon não reconheceu o pano branco que transportavam, tendo sido informado de que toda aquela área era uma zona de combate, na qual poderia abrir fogo contra qualquer pessoa suspeita.

Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.

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