"Deplorável". No caos das inundações, água potável é roubada no Brasil

1 semana atrás 48

Numa altura em que mais de 100 pessoas já morreram devido às chuvas que estão a afetar o estado brasileiro de Rio Grande do Sul, a BBC recolheu alguns testemunhos de residentes de Porto Alegre, a capital estatal.

Segundo a imprensa, mais de 80% da população da cidade estão sem acesos a água potável depois de cinco das seis estações de tratamento locais.

"Há milhares de pessoas que perderam as suas casas. Agora, não temos água em lado nenhum", contou Suzan, residente.

"A minha sogra tem 90 anos e teve de ser resgatada. É inacreditável o que se está a passar aqui", considerou a mulher.

Segundo um porta-voz da autarquia, há alguns jet skis que têm sido roubados e que, apesar de estar a ser doada água, há gangues tem têm estado a roubar este bem-essencial. "É deplorável e tem de ser denunciado", referiu o porta voz da autarquia.

Estes bens essenciais têm vindo a ser distribuídos com a ajuda de barcos, também roubados, e os responsáveis pediram a quem quer que tivesse uma embarcação "de qualquer tipo" que o pusesse à disposição das autoridades.

À agência France-Presse (AFP) também falaram alguns residentes, como é o caso de Alexandre Ramos, que foi obrigado a sair da sua casa "depois de tudo ser destruído" pelas inundações. "Tentámos esperar o amsi possível, mas o exército chegou e levou-nos, assim como aos nossos cães", explicou.

Também à Reuters um outro residente falou, contando que estava "sem comida há três dias" e que estava "com pessoas que não conhecia, e que desconhecia o paradeiro da família".

A quase totalidade das mortes aconteceu no estado do Rio Grande do Sul, que tem até o momento 100 óbitos confirmados, de acordo com a Defesa Civil local. Já o estado de Santa Catarina registou uma morte.

Especialistas alertaram para o risco de novos problemas já que as condições meteorológicas na região podem ser agravadas por uma frente fria que chega à região sul do estado e que provocará chuva e uma descida da temperatura esta semana, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Com 11 milhões de habitantes, o Rio Grande do Sul tem sido bastante afetado pelas mudanças climáticas. Depois de sofrer problemas com uma forte seca devido ao fenómeno La Niña, no ano passado a região passou a ser afetada pelo El Niño e registou, em menos de 12 meses, quatro desastres climáticos causados por ciclones extratropicais e tempestades.

Em 2023, três eventos ocorreram em junho, setembro e novembro, causando 75 mortos neste estado brasileiro.

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