"Espero que Governo não vá embora sem resolver o problema dos polícias"

7 meses atrás 83

A antiga eurodeputada Ana Gomes abordou, este sábado, a onda de manifestações que têm acontecido por todo o país nos últimos dias – bem como a que levou uma ‘luz vermelha’ à sua realização.

No seu espaço de comentário na SIC Notícias, foi questionada sobre se concordava com os protestos que hoje ocorreram em várias cidades por todo o país na defesa do direito à Habitação, bem como com a não autorização, por parte da Câmara Municipal de Lisboa, da manifestação anti-islamização.

Direito à Habitação

Sobre as manifestações que fizeram com que milhares de pessoas saíssem à rua pelo direito à habitação, a comentadora sublinhou que estes protestos são "muito muito importantes para sinalizar a quem for Governo que tem absolutamente de tomar medidas drásticas". A socialista afirmou ainda que este é um problema dramático em particular para as jovens e para as famílias mais vulneráveis.

‘Luz vermelha’ para manifestação de 3 de fevereiro

Mas se Ana Gomes concordou com os protestos de hoje, também está do lado de quem não autorizou a chamada manifestação anti-islamização. "Houve um voto do conjunto da Câmara no sentido de proibir a manifestação de neonazis que tinha o lema ‘contra a islamização da Europa’. Portanto, procurando indecentemente trazer o elemento religioso – que obviamente não é um problema".

Confrontada sobre se esta questão não era antidemocrática, Ana Gomes foi assertiva: "Não. Porque justamente a questão não é da ideologia – embora esta seja uma ideologia perversa e que visa semear ódio e a violência. Mas foi justamente pela avaliação dos riscos de segurança. Pelo facto de haver pessoas e lojas que estariam em risco dado os sítios onde programaram fazer aquilo".

Ana Gomes defendeu ainda que esta era uma estratégia que estava "para além dos neonazis portugueses". "Aliás, parece que vinham de toda a Europa, e se calhar, ainda virão", afirmou, explicando que o objetivo era criar contra-manifestações que "pressionassem ocasião de violência para justificar a desordem".

Sublinhou ainda que as autoridades assumiram as suas responsabilidades, algo que nem sempre aconteceu no passado e que fez com que essas "forças crescessem", justificou.

E as autoridades em protesto?

Mas a ex-candidata presidencial deixou ainda uma palavra para outros protestos, que decorrem há mais de duas semanas – os das forças policiais. "Que eu acho que estão a lutar por uma causa justa e que tiveram manifestações absolutamente contidas e ordeiras. Portanto, não é o direito de manifestação que está em causa no nosso país. É a manifestação que visa criar insegurança".

Para além do enaltecimento, Ana Gomes deixou ainda uma nota em relação ao Executivo. "Espero que este Governo não se vá embora sem resolver o problema dos polícias. Ou parece que está a deixar para o próximo", considerou, ressalvando que a situação não passava apenas pelo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, como também pelo responsável pela pasta das Finanças, Fernando Medina – e também António Costa. "Que ainda é primeiro-ministro. De gestão, mas é primeiro-ministro", apontou.

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