"Governo é o responsável por descontentamento nas forças de segurança"

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Numa declaração política na Comissão Permanente da Assembleia da República, Joaquim Miranda Sarmento foi ao tema também abordado antes pelo PS e depois pelo Chega, considerando que "o Governo é o primeiro e maior responsável por este descontentamento nas forças de segurança".

"Por um lado, o PS deixou degradar as condições materiais, de remuneração e de autoridade destes profissionais. Por outro, de forma inexplicável, criou uma desigualdade ao atribuir o suplemento de missão à PJ, mas não à PSP e GNR", disse.

Para Miranda Sarmento, o Governo "não justificou e não explicou" esta desigualdade e considerou que o primeiro-ministro em gestão, António Costa, terá ainda de o fazer.

"Se António Costa não esclarecer, terá de ser o secretário-geral do PS a explicar esta medida", defendeu.

Ainda assim, o líder parlamentar do PSD frisou que, se o descontentamento é legítimo, tal "não dá o direito aos agentes de violarem a lei e criarem indisciplina e sentimentos de insegurança".

"Também não pode haver forças políticas extremistas e populistas envolvidas nesta insatisfação promovendo caos e demagogia. A segurança dos cidadãos é demasiado importante para que se brinque com o fogo", defendeu, num alerta que também já tinha sido deixado pela bancada socialista.

Na declaração política do Chega, o líder parlamentar Pedro Pinto colocou toda a responsabilidade dos protestos dos polícias do lado de Governo e acusou o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, e o primeiro-ministro de terem atirado "achas para a fogueira".

"Não, senhor ministro, não são movimentos extremistas. Este Governo quis meter polícias contra polícias", criticou, lamentando que o executivo só tenha falado publicamente sobre o tema quando falhou o policiamento num jogo de futebol.

O novo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, foi outro alvo das críticas nas declarações políticas de PSD e da IL, que criticaram a pergunta que deixou no debate televisivo que travou na segunda-feira com Rui Rocha.

"Há dois dias, o secretário-geral do PS disse com uma certa altivez sobre o estado dos serviços públicos: 'Mas o que é que não funciona?'. Só pode resultar de um total alheamento da realidade", acusou o líder parlamentar do PSD.

Miranda Sarmento considerou que na saúde, educação, transportes, justiça, defesa "há muito que não funciona" e que os serviços públicos em geral "estão em colapso, apesar de os portugueses pagarem cada vez mais impostos".

"Se há algo que funciona é a coragem do Governo socialista de cobrar impostos às famílias e empresas", criticou.

Na mesma linha, a deputada da IL Joana Cordeiro defendeu que a pergunta de Pedro Nuno Santos "devia ser ao contrário".

"Afinal o que é que o PS pôs a funcionar? Nada. E nas áreas que Pedro Nuno Santos tutelou foi o falhanço total", disse, referindo-se a dossiês como a TAP, o novo aeroporto ou a habitação.

Esta foi a última reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República antes das eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

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