"Muita fé". Mulher de Assange continuará a lutar pela liberdade do marido

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O fundador da Wikileaks, Julian Assange, poderá estar num voo para os Estados Unidos já daqui a uma semana, no culminar da sua longa batalha legal para evitar a sua extradição. A sua mulher, Stella, garante que, aconteça o que acontecer, a luta pela sua liberdade vai continuar.

"É impossível prepararmo-nos para este momento. O que eu sinto é que tudo pode acontecer, que Julian pode estar muito perto de ser libertado ou pode estar muito perto de ser colocado num avião e nunca mais ver a liberdade", disse Stella Assange, numa entrevista à agência Reuters.

A decisão do Supremo Tribunal poderá pôr fim às batalhas legais de Assange no Reino Unido, que se arrastam há mais de 13 anos, desde que ficou conhecida aquela que foi considera a maior falha de segurança do género na história militar dos EUA, a WikiLeaks.

Se os juízes concordarem com a extradição, só uma intervenção do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) a poderá bloquear.

"A não ser que o TEDH ponha cobro a esta situação, consiga agir a tempo e consigamos apresentar o processo a tempo - todos estes 'ses' - então Julian poderá estar num jato militar para os Estados Unidos daqui a uma semana", continuou Stella, acrescentando ter "muita fé" no TEDH.

À medida que os ponteiros do relógio avançam para a audiência de segunda-feira, Stella revela que o marido está muito nervoso e com dificuldade em dormir.

"O meu coração está a preparar-se para a vitória. Mas tenho de manter a minha cabeça concentrada no facto de ele estar muito perto de ser extraditado", observou a mulher, revelando que os dois filhos do casal, de 7 e 5 anos, não sabem nada sobre a extradição.

"Não quero infligir-lhes a incerteza e a perspetiva de perderem o pai para sempre. Tudo o que eles sabem é que ele não devia estar na prisão e que estamos a lutar para o tirar de lá", concluiu Stella.

A mulher de Assange é advogada do próprio marido. Ambos conheceram-se quando ela se juntou à sua equipa jurídica há mais de 10 anos.

De recordar que os Estados Unidos querem julgar Julian Assange por o australiano ter publicado desde 2010 mais de 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas dos EUA, particularmente no Iraque e no Afeganistão.

Entre os documentos estava um vídeo que mostrou um helicóptero de combate norte-americano a disparar sobre civis em julho de 2007, resultando em mais de uma dezena de mortos, incluindo dois jornalistas da agência de notícias Reuters.

De acordo com a Lei de Espionagem dos EUA de 1917 invocada pelas autoridades norte-americanas, Assange pode ser condenado até 175 anos de prisão.

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