"Não sabe que perdeu a família". Acumulam-se as crianças órfãs em Gaza

9 meses atrás 120

Com a perna engessada e cicatrizes na cara, Razan Shabat, de 10 anos, não sabe que a mãe, o pai e os irmãos morreram no ataque israelita que a feriu, em Gaza. A menina é uma entre dezenas de órfãos que se acumulam naquele enclave desde o dia 7 de outubro que perderam, por vezes, a família inteira.

"Esta menina não sabe que perdeu a família e, agora, somos responsáveis por ela", lamentou Rajaa al-Jarou, esposa de um tio da menor, que se encontra internada no Hospital dos Mártires de Al Aqsa, em Deir al-Balah, no centro de Gaza.

Apesar dos ferimentos, o rosto da menina iluminou-se quando foi presenteada com duas bonecas de pano. Ainda assim, e segundo a agência Reuters, o sorriso da criança rapidamente se esbateu.

"Sinto falta da minha família. Sinto falta de vê-los", disse.

A menina explicou que foi operada à perna, que ficou partida, além de ter sido alvo de quatro intervenções cirúrgicas ao crânio.

"Graças a Deus estou bem e graças a Deus estou a recuperar", complementou.

De acordo com uma médica responsável pelos cuidados da menina, Razan fez parte do grupo de crianças que chegaram ao hospital sozinhas.

"Não sabemos os nomes de muitas crianças que chegam ao Hospital dos Mártires de Al Aqsa. Escrevemos 'desconhecido' nos seus registos, até que um dos seus familiares venha e os identifique", explicou.

Segundo o porta-voz da UNICEF, James Elder, é difícil determinar quantas crianças ficaram órfãs em Gaza, tendo em conta o elevado número de mortos.

"Há tantas crianças que perderam os pais mas, pior do que isso, perderam famílias inteiras. Quando uma criança é o último membro sobrevivente da família, temos um problema real", confessou.

Após o ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.

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